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Mostrando postagens de março, 2017

Quando o prestígio religioso protege o abuso de fazer juízo de valor

(Por Demétrio Correia) Que o "espiritismo" brasileiro tem suas irregularidades, é sabido. Mas poucos admitem que essas irregularidades são coisas graves e não naturais imperfeições. As paixões religiosas fazem com que não só "espíritas" mas como aqueles que apenas são simpatizantes à doutrina igrejista aceitem seus erros e falhas. Acham que o discurso "pela caridade" vale tudo, até se contradizer o tempo todo. Diante da tentação que as paixões religiosas, com suas imagens de coraçõezinhos vermelhos, paisagens floridas e crianças sorridentes trazem, até os críticos da deturpação espírita param no caminho, para não ameaçar a reputação dos deturpadores. E aí fica-se um crime que é denunciado enquanto o criminoso, identificado, é inocentado. Os "médiuns" brasileiros, dotados do culto à personalidade, são poupados de tal forma que há o risco das bases doutrinárias kardecianas serem "recuperadas" com os deturpadores todos dent

A consciência do erro e o orgulho em ser errado

(Por Demétrio Correia) Há uma tendência das pessoas em admitirem seus erros na vida. Mas existe uma grande diferença entre a autocrítica e o orgulho em cometer erros. A pessoa que tem autocrítica apenas diz "eu errei e como fui prejudicado com isso" e afirma que "se voltasse atrás, não teria feito tal ação". Ela sente consciência dos prejuízos que obteve com os erros. Já aquela pessoa que tem orgulho em cometer erros age diferente. "Quem nunca errou na vida", costuma bradar esta pessoa, mal disfarçando sua vaidade em cometer coisas equivocadas. Esta pessoa orgulhosa se acha "gente como a gente", mas não é. É apenas alguém querendo se promover com algum aspecto sombrio de sua personalidade. É uma diferença enorme que poucos percebem. Principalmente num Brasil movido pelas aparências e que se deixou levar pelos retrocessos sociais. Além disso, a diferença da consciência do erro e do orgulho em ser erra

O gravíssimo dedo acusador de Divaldo Franco

(Por Demétrio Correia) O que é o prestígio religioso. Viver do espetáculo das palavras bonitas, fazer uma filantropia de fachada, deturpar o Espiritismo e depois se considerar "fiel e rigoroso discípulo de Allan Kardec". Ser palestrante "espírita" é moleza. Ser um suposto médium, exercer o culto à personalidade, de forma que qualquer evento "espírita" o coloque como centro das atenções, como a atração principal. O problema é que, nos tempos de Kardec, um "médium" assim seria uma aberração, além de uma afronta grave às recomendações do Conselho Universal do Ensino dos Espíritos. Mas num país em que se aceita até a atuação irregular de um juiz midiático como Sérgio Moro e todos vão dormir tranquilos com o "durão" Alexandre de Moraes assumindo uma das cadeiras do Supremo Tribunal Federal, o suposto médium e pseudo-sábio é adorado sem questionamentos. O caso de Divaldo Franco é notório. Ele se revela até mais esperto

O palestrante "espírita" quer TER o Céu

(Por Demétrio Correia) No "espiritismo" que temos, o palestrante é alguém sempre preocupado com a posse da palavra final. Julgando-se vinculado a Deus, ele tenta driblar os questionamentos para que somente o seu prevaleça, sob a desculpa de que "expressa a bondade e a paz". Ele tenta trazer um discurso "equilibrado", falsamente lógico, religiosamente apelativo, convencendo os outros a aguentarem o sofrimento, as angústias, as desgraças. Ele tenta montar um discurso que "valha para todos", mas ele sutilmente faz suas diferenças. Aos ricos, o palestrante "espírita" é só "gratidão", se dizendo "surpreso" pela "grande disposição" dos endinheirados pela aparente filantropia. Aos pobres, o palestrante "espírita" diz para elas abrirem mão dos desejos, pedindo para que eles "SEJAM" mais do que "QUEIRAM TER". Que maravilhoso parece a retórica de um palestr

Como se dá a tentação das paixões religiosas no "espiritismo"?

(Por Demétrio Correia) Um grande perigo representa as paixões religiosas. A exposição de palavras lindas, com belas melodias, imagens agradáveis. Algumas imagens tristes, mas comoventes, como pobres sorrindo ou velhos doentes com olhar melancólico. Ídolos religiosos e seus funcionários com postura aparentemente fraternal, com sorriso largo e supostas benevolência e misericórdia. De repente, o cético ou o sofredor, ao se depararem com tais apelos, pensa que está na entrada do paraíso. Bom demais para ser verdade. O "espiritismo" deturpa e faz o que quer com o legado de Allan Kardec e ninguém desconfia dos apelos aparentemente bonitos e positivos que os deturpadores fazem. De boas intenções, o "umbral" está cheio e há muito os espíritos inferiores falam fluentemente a língua dos querubins. Quantos céticos que faziam questionamentos consistentes, profundos, incisivos, se perdem no meio do caminho porque se rendeu a um deturpador.

Joana de Angelis teria sido o próprio obsessor de Divaldo Franco

(Por Demétrio Correia) Um mito do "movimento espírita" é que a "mentora" de Divaldo Franco, Joana de Angelis, teria sido a soror Joana Angélica, conhecida nos nossos livros de História do Brasil. No entanto, esse caso não se assemelha em relação a Emmanuel, mentor de Francisco Cândido Xavier, o beato de Pedro Leopoldo Chico Xavier. Emmanuel foi o padre Manuel da Nóbrega que viveu no Brasil colonial. Mas Joana de Angelis não foi Joana Angélica. Por que será? Simples. É só observar a questão das personalidades. O que se encaixa em Emmanuel não se encaixa em Joana de Angelis. O Padre Nóbrega era autoritário, reacionário, preconceituoso, tirânico e dissimulador. Isso condiz em Emmanuel. Até o método dele é igual ao dos jesuítas: assim como se esforçou em converter os indígenas ao Catolicismo, fez o mesmo com a Doutrina Espírita. Portanto, isso condiz com tal atribuição. Não é o mesmo com Joana Angélica, que era enérgica

Raul Seixas reduziu-se a 'fake' pela "mentiunidade"

(Por Demétrio Correia) Um dos textos mais lidos pelo Dossiê Espírita, principal página de questionamento da deturpação do Espiritismo, fala sobre Raul Seixas. Intitulado " Raul Seixas nunca teria sido o espírito Zílio ", o texto causa polêmicas entre aqueles que acreditam que o roqueiro baiano virou militante religioso no além-túmulo. Um livro foi lançado com a pretensão de mostrar um suposto Raul Seixas para os "espíritas". A obra, Um Roqueiro do Além , de Nelson Moraes, usava o nome Zílio, que ele dizia ser atribuído ao roqueiro que, em vida, nos deu músicas como "Gita", "Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás" e "Sociedade Alternativa". Houve um outro livro atribuído a Zílio, Há Dez Mil Anos , que revela claramente a paródia do título, em relação a Há Dois Mil Anos , de Francisco Cândido Xavier, atribuído a Emmanuel. Aliás, Zílio é outra estratégia que Nelson teria "inspirado" em Chico Xavier, que mudou o

"Espiritismo" prega que todo mundo vire "coroinha" na "pátria espiritual"

(Por Demétrio Correia) Muito estranho o "espiritismo" brasileiro. Jura de joelhos que é "rigorosamente fiel" a Allan Kardec e mantém "respeito absoluto" aos seus postulados. Mas o que se vê é o contrário. A lição de Kardec desprezada e o igrejismo extremado praticado ao ponto da maior pieguice. Mediunidade de faz-de-conta, em que as mensagens "espirituais" vêm da mente do "médium" e fazem propaganda religiosa. O roteiro é o mesmo, variando as palavras e os contextos. Afinal, tem que apelar para informações "diferentes" e lá vão a "leitura fria" e a pesquisa bibliográfica para ajudar nos dados pessoais de cada morto. Mas é a mesma narrativa: "morri, fui para algum vale sombrio, fui socorrido e levado para uma colônia espiritual, me ensinaram o pensamento de Jesus, fiquei bem e peço para vocês se apegarem à fé religiosa". Pura mensagem de propagandismo religioso. Pela visão

A nada filosófica "filosofia" do "espiritismo" brasileiro

(Por Demétrio Correia) Os brasileiros não costumam entender filosofia. Praticamente não há alguém que possa ser considerado filósofo cujo pensamento ultrapasse séculos. No Velho Mundo, temos uma longa linhagem que vai desde a Antiguidade até a década de 1960. Filosofia é um termo de origem grega que quer dizer "amiga do saber". Mas ela se manifesta pelo debate de ideias e pela elaboração de livros contendo um sistema de argumentos. Embora muitos temas abordados sejam controversos, a filosofia sempre trabalhou conforme a lógica e a busca do saber. É que a realidade era muito complexa para ficar lançando visões definitivas. Vinha uma corrente filosófica com determinadas ideias e, mais tarde, outra vinha contestar a anterior. Infelizmente, no Brasil, filosofia tem outro significado. São frases curtas que os preguiçosos costumam amontoar nas redes sociais, só para dizer que sabem alguma coisa. Frases que misturam autoestima com conformaç

Teologia do Sofrimento mais estimula do que inibe o suicídio

(Por Demétrio Correia) Não é boa ideia o palestrante "espírita" fazer apologia ao sofrimento. Mas ele faz, e faz pior, por mais que embeleze todo seu discurso com as mais dóceis palavras. Mesmo através de palavras bonitas e amigáveis, ele arranca o couro do sofredor. O sofredor primeiro se desilude, abrindo mão de suas primeiras ilusões. Cria novas habilidades, novos planos de vida, novos interesses. Mesmo assim, uma nova carga de desilusões o surpreende. Barreiras intransponíveis, empecilhos insuperáveis, obstáculos difíceis de serem derrubados. O sofredor não pode exercer seus potenciais e tem que se "reinventar". Acaba virando brinquedo das adversidades, até que ele se torna escravo das ilusões dos outros. Deixa de lado suas habilidades, afinal, as oportunidades são outras, mais duras, mais precárias. Se ele usa suas habilidades, não será da mesma forma, e ele deve tomar cuidado para não haver aproveitadores. O "

Subjugação impede que se investigue irregularidades do "espiritismo"

(Por Demétrio Correia) Sabe-se que os brasileiros sucumbiram a dois tipos de obsessão alertados por Allan Kardec. A fascinação obsessiva, que envolve um processo de adoração mórbida e uma confiabilidade cega nos mistificadores, tem como exemplo a adoração que se vê nos casos de Chico Xavier e Divaldo Franco. "As grandes palavras como caridade, humildade e amor a Deus servem-lhe de carta de fiança. Mas através de tudo isso deixa passar os sinais de sua inferioridade, que só o fascinado não percebe; e por isso mesmo ele teme, mais do que tudo, as pessoas que vêem as coisas com clareza", alertou Allan Kardec em O Livro dos Médiuns  no capítulo 23, item 239. Isso encaixa muito em Chico Xavier, que sempre apelava para as pessoas "não questionarem", até pelo medo que ele, maior deturpador da Doutrina Espírita, teve em ser desmascarado de vez. Mas existe também o caso da subjugação. "A subjugação é um envolvimento que produz a paralisação da

O terrível juízo de valor dos "espíritas"

(Por Demétrio Correia) Além da apologia às desgraças humanas, que os "espíritas" tomaram emprestado do Catolicismo a Teologia do Sofrimento, eles também apresentam um vício muito grave. É o juízo de valor. Se valendo da suposta apreciação da vida espiritual e da reencarnação, noções que, na verdade, são precariamente compreendidas, os "espíritas" costumam culpabilizar as vítimas. Se a pessoa sofre, é porque está em "reajuste espiritual" e cumpre "resgates morais". Se a pessoa não conseguiu realizar uma oportunidade de vida, é por suposto fatalismo: essa oportunidade "não era para essa pessoa". Muitos sofredores reclamam que só conseguem oportunidades erradas na vida, enquanto as certas lhes escapam como água caindo pelo ralo. E o que os "espíritas" fazem? Alegam que é nas oportunidades erradas que estão as "oportunidades certas" para a evolução espiritual. Os "espíritas&quo

"Espiritismo": perto de Constantino, longe de Kardec

(Por Demétrio Correia) A cada vez mais, o "espiritismo" se afasta de Allan Kardec, apesar de tantas evocações do seu digno, porém incompreendido, nome. Afinal, não basta bajular, "elogiar" a surpreendente atualidade das lições do professor francês. Não adianta fazer um balé de palavras bonitas, falar em "amor" e "fraternidade", ilustrar textos com crianças pobres sorrindo. Tudo isso é inútil. Sabe-se que o "espiritismo" virou uma religião hipócrita e retrógrada. Somos nós que constatamos isso? Não. O "espiritismo" brasileiro é que, com suas escolhas, sucumbiu a essa hipocrisia. A cada vez mais ele se aproxima dos primórdios do Catolicismo medieval e se afasta dos postulados de Allan Kardec. Não adianta os palestrantes "espíritas" recorrerem à choradeira e dizerem que tal constatação lhes é injusta. No "espiritismo" brasileiro é assim. Se erra, se faz tudo e

Amoralidade não é sinônimo de amor

(Por Demétrio Correia) A mensagem apócrifa, atribuída ao morto, apresenta irregularidades severas e graves em relação a seus aspectos pessoais. Elas traem a individualidade e o empenho pessoal que o falecido exerceu em vida. Seus pensamentos dão lugar aos do "médium", e mesmo um agnosticismo moderado dá lugar a um entusiasmado igrejismo. Mas muitos se assustam diante da ideia de que estas supostas mensagens mediúnicas sejam fraudulentas. Reagindo como velhos beatos católicos, da linha católico-apostólico-romana (medieval), os "espíritas" até chegam a dar tapas na boca só de cogitar a hipótese de fraude. Mas ela ocorre, sim. Questão de lógica. O espírito Erasto, que nos tempos de Allan Kardec, alertou sobre as deturpações da Doutrina Espírita, inclusive prevenindo que elas viriam dissimuladas pelo "amor" e "caridade", havia avisado sobre o lado sombrio de um suposto médium. "Conheces todos os segredos da sua

Defesa do sofrimento pelos "espíritas" sugere defesa do governo Temer

(Por Demétrio Correia) Notaram que os "espíritas" estão cada vez mais ligados na Teologia do Sofrimento? Notaram que os apelos para aguentar sofrimentos e desgraças estão cada vez mais frequentes nas palestras e textos "espíritas"? Os "espíritas" ainda apelam para os sofredores abrirem mão de desejos e necessidades, não apenas sendo pacientes com seus prejuízos, mas até felizes com isso. Parece coincidência, mas o Brasil sofre profundos retrocessos sociais. Vários deles de propósito: congelamento de investimentos públicos, reformas trabalhista e previdenciária que irão empobrecer e enfraquecer os trabalhadores etc. Desmonte da economia brasileira, ainda mais com a Operação Lava Jato impedindo a realização de grandes obras de infraestrutura. Há a desindustrialização e ainda um processo ainda mais feroz de desnacionalização. É o chamado "pacote de maldades" do governo Michel Temer, aliado a um contexto em que a vi