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Mostrando postagens de dezembro, 2016

A "bondade" que mais ajuda o benfeitor do que o necessitado

(Por Demétrio Correia) Fato típico acontece no cotidiano. Alguém cita uma instituição religiosa para várias pessoas, descrevendo a sopa dos pobres e os alojamentos aos pobres e deserdados. A descrição é superficial, mas mesmo assim as pessoas saem comovidas. Se aparece um vídeo com crianças pobres tomando sopa e velhinhos doentes deitados na cama, as lágrimas derramam. Só que o problema é que essas iniciativas ajudam muito pouco. Sobretudo nas instituições "espíritas". Observam-se as mesmas famílias pobres, ano após ano, atendidas pela "filantropia espírita". O número de beneficiados é ínfimo, e, embora em tese as instituições aleguem "dificuldades" para acolher mais gente, a verdade é que elas também têm pouco interesse em contribuir. Em muitos casos, a "bondade" ajuda mais o benfeitor do que o necessitado. As instituições não estabelecem trabalhos comunitários definitivos nos bairros em que se situam.

Allan Kardec e o "espiritismo" brasileiro: uma parábola

(Por Demétrio Correia) Suponhamos que Allan Kardec esteja ainda vivo e viajasse para o Brasil de hoje. Ele se interessa a conhecer as atividades do "movimento espírita" brasileiro e resolve visitar um típico "centro espírita". Quantas euforias e alegrias são sentidas pelos membros desse "centro", diante da visita ilustre do Codificador! Quantos sentimentos de entusiasmo, quantas correrias para preparar a recepção, enfeitando a instituição com tantos adornos! O professor francês finalmente entrou na instituição e quantas pessoas, em alvoroço, o rodeavam fazendo barulho e disputando a chance de cumprimentá-lo. Kardec, todavia, estava simpático, mas com um ar desconfiado. As pessoas aceitavam isso, porque pensavam que o ilustre visitante estava apenas observando o ambiente.  De repente, o diretor do "centro" se destaca, pede às pessoas para abrirem espaço porque ele queria falar com o Codificador, como responsável maio

O que é "mentiunidade"?

Mensagem atribuída a Stefani Simeoni, uma das vítimas fatais do incêndio da Boate Kiss, em Santa Maria (RS), em 2013, apresenta garranchos na assinatura. (Por Demétrio Correia) Mediunidade, no Brasil, tornou-se uma prática desmoralizada. Virou um faz-de-conta cheio de incompreensões, distorções e até expressão da pós-verdade, fenômeno que trata mentiras absurdas como "verdades indiscutíveis". Para começar, o próprio termo "médium" foi corrompido. Deixou de ser o intermediário (médium), o "meio", para ser o "centro das atenções". A partir de Francisco Cândido Xavier, criou-se o "culto à personalidade" que, por incrível que pareça, desmoraliza a função do médium. Para piorar, os supostos médiuns tentam camuflar o "culto à personalidade" com atividades de suposta filantropia. Essa pretensa filantropia consiste em "caridades" que mais servem de propaganda para si e que, na verdade, só a

"Espíritas" brasileiros não podem evocar Erasto

(Por Demétrio Correia) O "movimento espírita" no Brasil fez suas escolhas. Se baseou em Jean-Baptiste Roustaing para conceber seus postulados. Criou uma base católica, fundamentada no legado jesuíta do Catolicismo português e medieval que vigorou durante séculos no Brasil-colônia. Defendeu tanto seus princípios católicos que a obra de Allan Kardec só foi acolhida em traduções distorcidas, em que o texto original era alterado para um discurso mais aceitável para os católicos. Famosa foi a tradução de Guillon Ribeiro, da Federação Espírita Brasileira (FEB), que trocou o "Sua doutrina", referente a Jesus, por "doutrina do Salvador", usando um jargão católico. Outras traduções, como a de Salvador Gentile (da editora IDE), também distorcem Kardec, substituindo o pedagogo pelo sacerdote. Foram tantas as catolicizações que ritos e dogmas foram criados como se fossem equivalentes "espíritas" de ritos e dogmas católicos.

"Espíritas" repetem vícios dos fariseus de outros tempos

(Por Demétrio Correia) O "espiritismo" brasileiro, como em muita coisa no Brasil, acaba repetindo situações de profundo retrocesso social ou vícios de ordem moral vindos de gente que parecia condenar tais más qualidades. Religião fundamentada no roustanguismo, o "espiritismo" preferiu o medievalismo do que o iluminismo que norteou a obra de Kardec. A doutrina brasileira, fundada pela Federação Espírita Brasileira, preferiu a tendência "mística", que era voltada à obra de Jean-Baptiste Roustaing. Durante muito tempo, Roustaing tinha preferência, a ponto de forjarem uma falsa mediunidade com um pseudo-Allan Kardec pedindo para valorizar "a revelação da revelação". "Revelação da Revelação" é o subtítulo de Os Quatro Evangelhos  de Jean-Baptiste Roustaing. Durante o roustanguismo, houve traduções deturpadas da obra de Allan Kardec, para dissolver seu conteúdo científico e adaptar o texto para uma pregação igrejista, sup