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Mostrando postagens de abril, 2017

"Espiritismo" não virou um Catolicismo envergonhado?

(Por Demétrio Correia) O "espiritismo" brasileiro se afastou de Allan Kardec. Evoca seu nome milhares de vezes, mas isso é em vão. A prática do igrejismo extremado e entusiasmado faz do "espiritismo" uma versão enrustida do Catolicismo. E, pior: o "espiritismo" virou a lixeira da Igreja Católica, na medida em que esta se desfez de muitos conceitos e dogmas medievais. O Catolicismo continua com seus mitos e fantasias, mas já melhorou muito nos últimos anos. Pôde acompanhar as evoluções e transformações da sociedade brasileira. O "espiritismo" brasileiro, não. Calcado em reciclar o Catolicismo jesuíta português, de orientação medieval, o "espiritismo" virou até exílio de católicos não-praticantes. É gente com preguiça de fazer a ginástica habitual das missas de fins de semana e feriados. Ver que o senta-e-levanta é desculpa para as pessoas professarem seu Catolicismo não em missas católicas, mas

A mania de argumentar intelectualmente ideias sem nexo

Há para os "médiuns" se sobressaírem de forma descomunal, como aberrações que se tornam centro de atenções de um espetáculo sensacionalista. Os "intelectuais de sofá" tentam dizer que os "médiuns" assim se comportam porque são dotados de "missões divinas próprias". No Brasil, existe uma grande mania. Das pessoas tentarem usar argumentos intelectuais para coisas nada intelectuais. Tem sempre aquele cara que, nas redes sociais, quer dar desculpas "nobres" para causas tolas ou até mesquinhas. É uma espécie de chato pedante. Um sujeito que insiste sempre em argumentar, se aproveitando que o valor que ele acredita é geralmente defendido por "gente importante". No "espiritismo", doutrina tida como "esclarecedora" mas que se revela preocupantemente obscurantista, isso é ilustrativo. O "espírita" tem explicação para tudo. O "espiritismo" é catolicizado, por

As pessoas são manipuladas sem perceber

(Por Demétrio Correia) A pessoa não percebe, mas ela pensa a realidade sob os olhos de executivos de televisão. Mais especificamente, três: os irmãos Marinho, João Roberto, José Roberto e Roberto Irineu. São os donos das Organizações Globo. Que controlam a Rede Globo, o jornal O Globo, o canal pago Globo News, a revista Época. E os periódicos "populares" Extra e Expresso. Muita gente fica se passando por intelectual nas redes sociais e caprichando em argumentar logicamente o que não pode ser argumentado. Escrevem com um discurso cabeça, com alegações "pragmáticas" sob a validade de alguns malefícios, com um malabarismo discursivo ímpar. Escrevem com um aparato intelectual que não os impedirá de, com o passar do tempo, ver as verdadeiras bobagens que escreveram. No caso do "espiritismo" brasileiro, as pessoas pegam uma abordagem e um padrão de compreensões trazido pela mídia, sem saber. O "espiritismo" sempre

Por que o Brasil virou "balneário" de espíritos atrasados?

(Por Demétrio Correia) Os recentes e intensos retrocessos sociais mostram que o Brasil está dominado de espíritos surpreendentemente atrasados. A violência cometida até pelas elites, a falsidade acima dos limites, a corrupção fora dos clichês do imaginário popular, o obscurantismo religioso. Além disso, temos um governo na República que desmonta as conquistas históricas que as classes trabalhadoras obtiveram às custas de muito sangue. Nas redes sociais, a onda de humilhações, ameaças e ofensas praticadas por internautas que acreditam na impunidade absoluta a eles. Práticas de machismo sanguinário, racismo e homofobias em que os criminosos saem triunfantes. Na trilha sonora, o pior da música brasileira: "funk", o tal do "sertanejo", e o "neo-forró" que só fala de bebedeiras e brigas amorosas. O Brasil está muito, muito atrasado. E, para piorar, o "espiritismo", tão tido como "esclarecedor" e "progr

O malabarismo das palavras belas

(Por Demétrio Correia) Ah, o balé admirável das palavras bonitas. A coreografia de palavras agradáveis, o malabarismo de mensagens belas, o espetáculo das doces ideias. Isso é um dos aspectos a que se reduziu o que se entende como Espiritismo no Brasil. Um Holiday on Ice de "mensagens de amor", um Balé Bolshoi das lindas palavras. Um discurso enfeitado, adocicado e florido, que na verdade não traz conhecimento algum. Palestrantes sorridentes falando muito sobre nada, apenas cumprindo sua missão de pregação igrejista. Isso é muito diferente do que Allan Kardec propôs. Ele não queria saber de balé de palavras. Era homem sério, voltado para a educação e, como Codificador, nunca deixou sua tarefa de pedagogo de lado, antes a adaptando para o novo contexto. Nem sempre o que Kardec dizia era agradável. Ele falava em paz e fraternidade, sim, mas não baixava a cabeça diante de conflitos e contradições. Ele nunca pregaria a Teologia d

Divaldo Franco é mais blindado que Chico Xavier?

(Por Demétrio Correia) Uma questão ronda os debates sobre a crise que atinge o "espiritismo" no Brasil. Qual dos dois anti-médiuns recebe mais blindagem da sociedade, Francisco Cândido Xavier ou Divaldo Pereira Franco? Nota-se que, em que pese o mesmo igrejismo, há diferenças em torno de Chico Xavier e Divaldo Franco, não fosse só pelo fato de que este ainda está vivo. Chico Xavier tem trajetória mais antiga e esteve envolto em escândalos de arrancar os cabelos. O mineiro era pouco sutil e seu igrejismo era muito mais do que escancarado, ele não tinha a habilidade de se passar por pretenso cientista, apesar de alguns livros "científicos" publicados. Já Divaldo Franco oferece aspectos bem mais sutis. É verborrágico e adota um ar professoral que faz muitos acreditarem que "ele, sim, é kardeciano de verdade". Cria uma oratória mais envolvente que dá um verniz intelectual até a muitas das mistificações que transmite. Diva

"Espiritismo" só ajuda pessoas que não ameaçam o conservadorismo social

(Por Demétrio Correia) Alguém parou para pensar que o "espiritismo" brasileiro só traz boas energias mesmo para quem não ameaça o conservadorismo social? As energias, sabe-se, favorecem também pessoas retrógradas e até quem comete crimes e sai na maior impunidade. A tese da culpabilidade da vítima e os juízos de valor dos "espíritas" diante do sofrimento alheio também indicam isso. A tão alegada "Lei do Progresso" tão alardeada pelo "movimento espírita" é conversa para boi dormir. É o mesmo papo furado há, pelo menos, 40 anos, sendo apenas um meio para lotar "casas espíritas". Os "espíritas" chegam mesmo a citar Allan Kardec e seus avisos sobre progresso da humanidade. Mas os "espíritas" brasileiros distorcem esses ensinamentos e criam, ao sabor de seus devaneios materiais, teses absurdas como "datas-limite" e creditam anos fixos para a emancipação moral da humanidade. Coi

A privatização da bondade?

(Por Demétrio Correia) Você é seguidor do que se entende como "espiritismo" no Brasil? Você se considera um "espírita" e adora os "médiuns" que acredita serem símbolos de "amor e bondade"? Então você caiu numa armadilha. Você acaba privatizando a ideia de "bondade" a ídolos religiosos que nem praticam aquela caridade que tanto se fala. As elites adoram que o povo idolatre figurões religiosos, porque, assim, a caridade se reduz a um conceito restrito, estritamente religioso. A seita religiosa pode variar, mas a ação de ajudar o próximo se restringe a "especialistas" que, no jargão religioso, são conhecidos como "iluminados" e, em sua atividade, "filantropos". Claro que os "espíritas" vão dizer que "bondade é virtude de todos". Mas eles ficam enrolando, na sua hábil coreografia de palavras bonitas. Atribuem como "bondade" a servidão extrema,

"Espiritismo" brasileiro pratica assistencialismo. Isso não é bom

(Por Demétrio Correia)  O "espiritismo" brasileiro usa táticas de manipulação da opinião pública cuja gravidade poucos percebem. Uma delas é o Assistencialismo. Uma suposta caridade que ajuda muito pouco, trazendo apenas benefícios pontuais e superficiais, mas sem transformar a sociedade. Ou então ações de relativa emancipação social que também não ajudam muito, criando cidadãos apenas "corretos", mas socialmente inócuos. O Assistencialismo é o que está por trás da "caridade" que virou a desculpa maior para aceitar a deturpação da Doutrina Espírita. A suposta filantropia vira a moeda imposta para aceitar até mesmo a aberração dos "médiuns" nada intermediários, alvos de culto à personalidade e de mais mórbida adoração. Os "médiuns" fazem falsa mediunidade, impedindo os mortos de falarem porque "falam em nome deles", ao pé-da-letra, botando na conta do além o pensamento pessoal de cada "médium

Brasil não enxerga o mal de certas armadilhas

(Por Demétrio Correia) O Brasil é um país que não consegue perceber o perigo de determinadas armadilhas. Conceitos que, no exterior, são definidos como problemas graves, aqui são vistos positivamente. Para piorar, enquanto os intelectuais estrangeiros revelam a preocupação séria com tais perigos, os intelectuais do Brasil os mencionam como coisas positivas, saudáveis e modernas. Há, por exemplo, a overdose de informação, que vários teóricos da Comunicação definem como um processo perigoso para o conhecimento humano. Aqui ele é visto como sinônimo de liberdade e esclarecimento, agilidade e interação. No exterior, a sociedade do espetáculo, com sua preocupação com as futilidades, é vista como um perigo para a compreensão da natureza humana com a exaltação de personalidades sem talento nem relevância. Aqui ela é vista, até pela comunidade acadêmica, como sinônimo de diversão, descontração e até mesmo de transgressão comportamental. A glamourização da pob

O "espiritismo" apoia Jair Bolsonaro?

(Por Demétrio Correia) Um grande perigo ronda o Brasil. É a ascensão de grupos fascistas, que são tomados de emoção cega e histérica. É o lado selvagem da emotividade exagerada, que em aspectos mais dóceis se vê nas atividades do "espiritismo" brasileiro. A ascensão de Jair Bolsonaro, ex-militar que segue a vida política como deputado federal, é algo que se tem que preocupar. Sobretudo pela horda de fanáticos que não medem escrúpulos para impor suas opiniões. O Brasil vive um perigo de ver a democracia sair de suas mãos e de sua bandeira ser suja pelo suor fedorento de direitistas entreguistas. O Brasil se reduzirá à velha condição colonial anterior a 1822, e de forma piorada, apesar dos avanços tecnológicos dos últimos anos. Haverá apenas mudança de contexto, até bem pior. Pois não se terá exatamente o sistema de capitanias hereditárias como se víamos antes. Teremos coronelismos locais e um presidente ditador ameaçando o povo brasil

Por que o "espiritismo" brasileiro é dominado por almas das trevas?

(Por Demétrio Correia) O "espiritismo" brasileiro é tomado de energias maléficas. Tal constatação deixa seus seguidores horrorizados e, comumente, surgem vozes alegando o "absurdo" de tal tese. Mas a constatação existe, e ela não é alvo de inveja nem de intolerância religiosa. Ela surge pelas contradições que o "espiritismo" brasileiro, com DNA fundamentado no igrejismo de Jean-Baptiste Roustaing mas jurando "fidelidade absoluta" a Allan Kardec. Sabe-se que o pedagogo francês é traído o tempo todo, principalmente por ritos igrejistas, como as "sessões mediúnicas" que lembram mais as "tábuas Ouija" do entretenimento aristocrático do século XIX. Verdadeiras masturbações com os olhos, no qual o artifício das belas palavras esconde o óbvio: a diversão mórbida pelo sofrimento do outro. São estórias de gente que sofreu perdas pesadas e apenas conseguiu sobreviver de alguma forma, com um relativo benefí

Qual o amigo que defende que o outro deva sofrer mais?

(Por Demétrio Correia) O grande fracasso do "espiritismo", com certeza absoluta, é sua apologia ao sofrimento humano. Usando como desculpas os "resgates espirituais" e "reajustes morais" (troque as palavras "resgate" e "reajuste" que o resultado dá no mesmo), eles pouco estão aí para a desgraça alheia. Acabam se inspirando na Teologia do Sofrimento, a corrente medieval do Catolicismo, que foi trazida aos "espíritas" por Francisco Cândido Xavier. Aí o desinformado metido a bem informado diz: "Mas não foi Chico Xavier que disse defender a Teologia do Sofrimento. Isso é invenção sua!". De fato. Nenhum "espírita" pronunciou a palavra "Teologia do Sofrimento" em qualquer ocasião que fosse. Mas a Teologia do Sofrimento aparece nas próprias ideias trazidas por Chico Xavier. Se alguém conhecer a Teologia do Sofrimento, verá que o "médium" mineiro defendeu a ideolog

Delação da Odebrecht: o alto da pirâmide em chamas?

(Por Demétrio Correia) A delação de ex-executivos da Odebrecht, presos na Operação Lava Jato, revela um quadro delicado. Mais do que divulgar supostas doações da empreiteira a políticos e outros privilegiados, expõe na carne a corrupção do país. Os mais diversos políticos, e, em certos casos, até jornalistas, dirigentes esportivos e personalidades do jet-set  da alta sociedade são citados. Políticos do Partido dos Trabalhadores estão na lista, para o prazer sádico de seus opositores. Mas os tucanos do PSDB e os ministros do governo Michel Temer, além dos próprios aliados, também estão citados na mega-lista do procurador Rodrigo Janot. A lista depois foi parcialmente aproveitada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, para abertura de inquéritos, e assim a "lista do Janot" virou "a lista do Fachin". Expondo a corrupção política e, em parte, a empresarial, ela mostra um quadro inevitável no Brasil. A de que o alto da

"Espiritismo" faz pais esperarem demais dos filhos

(Por Demétrio Correia) Conservador, o "espiritismo" brasileiro prioriza demais a hierarquia social, conforme padrões de dominação e obediência. Isso influi nas relações familiares e não raro o "espiritismo" estabelece seu foco principal no público mais velho. Trata-se de uma distorção de um ensinamento kardeciano sobre honrar o pai e a mãe. Evidentemente, o respeito humano e a colaboração dos filhos são necessários, e os pais - descontando os casos de pais com desequilíbrios morais diversos - merecedores disso. Mas isso não significa subordinação e subjugação aos desígnios paternais. Até Jesus de Nazaré mostrou aspectos de desobediência aos pais. Em uma conhecida passagem do Novo Testamento, Jesus, ainda pré-adolescente, fugiu da companhia dos pais e foi falar com um grupo de acadêmicos. Ele deixou de ser carpinteiro para, como andarilho, estabelecer uma campanha de esclarecimentos diversos, em cada residência onde se hospedava.