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Mostrando postagens de maio, 2017

Como aliar servidão e tempo para prece?

(Por Demétrio Correia) O moralismo "espírita" brasileiro é insólito. Prega não só para a pessoa aceitar o sofrimento, mas pede para "amá-lo". Alguns palestrantes se aventuraram em pregar a ideia esotérica e mistificadora do "inimigo de si mesmo". Condenam o suicídio mas falam para o sofredor extremo que ele é o "próprio inimigo a ser combatido".  Depois reclamam que o sofredor, sabendo disso, se suicidou. Os "espíritas" acham que a encarnação só serve para a servidão. Não conseguem explicar direito por que uns são privilegiados e outros sofrem além da conta. Tentam arrumar uma desculpa, na base do "achismo". Dizem que os privilegiados são os "sofredores de ontem" que foram abençoados, e os sofredores são os "privilegiados de outrora" que teriam se comportado mal. Um moralismo vagabundo, diga-se de passagem. Quanto aos sofredores, quase sempre tratados com certo

"Bondade" não compensa desonestidade doutrinária do "espiritismo" no Brasil

(Por Demétrio Correia) As pessoas que dizem que o "espiritismo" brasileiro é deturpado, mas "vale pela defesa da caridade" acham que o amor "permite tudo". Acham que ações aparentemente filantrópicas podem justificar toda a deturpação. Os questionadores da deturpação espírita até se resignam com a aberrante figura do "médium" que prega o igrejismo, mas que é "bondoso" e "ajuda muita gente". Sabe-se que esse "ajuda muita gente" é bastante duvidoso, sobretudo se vermos a dimensão da humanidade. Ajudando 10 mil pessoas num grupo de, digamos, 10 milhões, é um número medíocre. 10 mil só pode ser "muita gente" em relação, por exemplo, a 100. Mas, em relação a milhões, é pouca coisa. Se isso já é medíocre para dar crédito à "imensa bondade" que os deturpadores do Espiritismo fazem, imagine então a gravidade da deturpação. Trata-se de uma desonestidade em relação ao trab

Defender a "bondade espírita" não quer dizer que alguém é realmente bom

(Por Demétrio Correia) Muitos aceitam a deturpação da Doutrina Espírita no Brasil usando uma desculpa comum. A de que o "espiritismo" brasileiro "pelo menos pratica a bondade". O vazio doutrinário, já que o "espiritismo" brasileiro na prática se afastou de Allan Kardec, é aceito pelo aparato de "caridade" da religião brasileira. As pessoas acham que, aceitando isso, se está aceitando a "bondade" na sua "verdadeira essência". Pouco importam deslizes, deturpações, erros graves, se a "caridade" e o "amor" são (em tese) praticados. Isso já não é bom, porque sabemos que não dá para ser desonesto ou errar demais "em nome da caridade" ou usar a aparente filantropia para abafar atos deploráveis. O "espiritismo" brasileiro cometeu traições graves com Allan Kardec, que teve muito trabalho para desenvolver sua doutrina, enfrentando o repúdio de boa parte da sociedade

Quem vai ser o primeiro a ser "comido" entre os "espíritas"?

(Por Demétrio Correia) O "espiritismo" brasileiro é o PSDB das religiões. Possui uma grande blindagem social nos meios midiáticos, acadêmicos, jurídicos e outros meios sociais influentes. Seu nome não condiz com o ideal praticado, a exemplo do PSDB. O PSDB se diz "social-democrata", mas é neoliberal. O "espiritismo" mais parece a repaginação do Catolicismo jesuíta do Brasil-colônia do que a atualização do legado deixado pelo pedagogo Allan Kardec. O PSDB naufragou no cenário político pelos escândalos que não conseguiu esconder. Sobretudo da parte de Aécio Neves, o "Chico Xavier" do partido. A gente até pergunta se Aécio não deveria ter tido outro avô, no caso o beato de Pedro Leopoldo. Francisco Cândido Xavier também fez das suas. Criou uma literatura fake  de supostos literatos do além-túmulo. Assinou atestados para "legitimar" ações fraudulentas de materialização. Explorou as tragédia

"Espiritismo" e Michel Temer: dois retrocessos

(Por Demétrio Correia) O governo Michel Temer é um governo "espírita". Impõe sacrifícios pesados ao povo sofredor, em nome de "benefícios futuros". Pede paciência e aceitação dos retrocessos e dificuldades. O pretexto é o "combate à recessão", que o "espiritismo" traduz como "depuração". Reajustes, mesmo, só os "reajustes espirituais". O povo pobre paga como se tivesse sido tirano em uma encarnação distante, no Império Romano ou no tempo das colonizações. Nem precisa de comprovação pela Ciência Espírita. Basta o "achismo" de um "médium". O "espiritismo" terceiriza a vida, pregando que a pessoa deveria abrir mão de seus projetos de vida. A pessoa está para ser "brinquedo" das adversidades, e, distorcendo o conceito de "vida futura", prega que a pessoa faça de sua encarnação uma coleção de desgraças e debilidades para se resolver um problema

Apego das paixões religiosas cega as pessoas para certos problemas

(Por Demétrio Correia) As paixões religiosas que movem sobretudo o "espiritismo" deixam as pessoas numa sensação viciada. Não questionam atividades de suposta caridade que mais promovem "benfeitores" do que trazem benefícios aos necessitados. O "espiritismo" acaba se beneficiando com uma visão que mais parece fantasia publicitária. A "caridade transformadora" é mais um papo furado trazido por apelos emocionais do que uma realidade concreta e consistente. Em nome do ídolo religioso, aceita-se até alegações vagas e duvidosas de que ele "ajudou muita gente". As paixões religiosas são um apelo muito perigoso, traiçoeiro e que pode cegar as pessoas para muitos problemas. Movidas pela emoção, as pessoas acabam aceitando os problemas, sem fazer um questionamento aprofundado. O "espiritismo", tão tido como "defensor da lógica", no Brasil é voltado para o mais convicto irracionalismo. Se

Mesmo se o mundo melhorar, Chico Xavier e Divaldo Franco NUNCA terão razão

(Por Demétrio Correia) Há uma corrente dos defensores de Francisco Cândido Xavier que defende a teoria da "profecia da data-limite". Defendida por Geraldo Lemos Neto, Juliano Pozati e outros, ela se refere a um suposto sonho de Chico Xavier, tido em 1969 mas relatado a Geraldo em 1986. Nesse sonho, posterior à data da viagem de astronautas da NASA à Lua, havia uma reunião com as "autoridades do universo". Supostos governantes de diversos planetas do Sistema Solar, incluindo Jesus Cristo, representando a Terra, e assistidos por Emmanuel e Chico Xavier, eles viam a Viagem à Lua com preocupação. O medo era de que isso estimulasse a corrida espacial e causasse a Terceira Guerra Mundial. Naquela época, havia a Guerra Fria, entre a então União Soviética e os Estados Unidos da América. Chico Xavier, que era de direita, fato confirmado com suas próprias palavras no programa Pinga Fogo, em 1971, incluindo a defesa da ditadura militar, se preocu

"Filantropia" como "cortina de fumaça" da deturpação espírita

(Por Demétrio Correia) O "espiritismo" está tão deturpado que mais parece um clone do velho Catolicismo que os católicos não desenvolvem mais. O vazio doutrinário daqueles que fingem estudar Allan Kardec mas se sentem horrorizados com certas ideias faz com que eles apelem para um artifício que até agora anda seduzindo muitos. É o Assistencialismo. O Assistencialismo é um artifício que lembra uma "filantropia" com efeitos mais frouxos, uma "caridade" que só mexe em casos pontuais, sem trazer transformações sociais profundas. Muito diferente de Assistencialismo Social, apesar de ambos se confundirem, o Assistencialismo serve mais de propaganda para "benfeitores" de ocasião do que para uma campanha de combate às injustiças sociais. É como num tratamento médico. Na Assistência Social, se trabalha para a cura de uma doença grave. No Assistencialismo, se trabalha não pela cura da doença, mas pela minimização das dores

O ambiente sombrio que cerca uma "casa espírita" em Niterói

(Por Demétrio Correia) Notem a foto ao lado, retirada do Google Street View. No fundo, à esquerda, há o muro do Instituto Dr. March, uma das antigas "casas espíritas" existentes em Niterói. Dr. March é considerado pelos "espíritas" o "governador espiritual" do Estado do Rio de Janeiro. Ou seja, uma espécie de Luiz Fernando Pezão do além-túmulo. O instituto que leva o nome do roustanguista (figuras como March, Dias da Cruz - nome de rua no Méier, no Rio de Janeiro - , Assis Carneiro e o famoso Adolfo Bezerra de Menezes eram adeptos de Jean-Baptiste Roustaing) é cercado de um ambiente puramente sombrio. O próprio instituto tem uma arquitetura que lembra uma casa mal assombrada. Em seu entorno, árvores "desencarnadas" por causa de ervas daninhas que parecem bonitas, caindo como longos fios cacheados. Mas é só ver a vizinhança que se observa o ambiente terrível na rua Desembargador Lima Castro, junto ou nas proximid

A ilusão dos mais velhos de que o mundo "se concluiu" com eles

(Por Demétrio Correia) É muito complicado explicar o mundo para um idoso. Iludido por um simples acúmulo de anos de vida, o idoso acha que o mundo está "feito". O idoso não admite que o mundo tenha que ser mudado e até as "imperfeições" que as pessoas mais velhas admitem haver são mais toleradas do que combatidas. Mas o mais difícil é questionar um idoso, que sempre reage motivado pela fragilidade física. As pessoas mais novas, em certos casos, se tornam reféns dos mais velhos, por terem que se sujeitar aos valores mais conservadores para ao menos manter os idosos vivos. No Brasil, sempre se negociou a assimilação de valores novos aos interesses dos mais antigos. "Não, essa novidade é ousada demais. Elimine este e aquele ponto e ponha aquele que é do meu agrado", diz o mais antigo, querendo lapidar o "novo" de tal forma que a novidade se elimina em sua essência. É por isso que, no caso do rock brasileiro, por ex

A falta de questionamento aprofundado do "espiritismo" brasileiro

(Por Demétrio Correia) Ninguém questiona com profundidade o "espiritismo" brasileiro. Os questionamentos são presos apenas ao que o chamado mainstream  do Espiritismo autêntico já questionou. Mesmo assim, de uma maneira mais genérica e presa aos textos e documentos. Não se observam problemas novos, e quando eles vêm à tona, os críticos da deturpação espírita recuam. Eles ainda têm em mente as doces imagens do "espiritismo" igrejeiro que viram em novelas e reportagens da Rede Globo. A imagem do "velhinho frágil", associada ao anti-médium Francisco Cândido Xavier, ainda seduz muitas pessoas. A associação de Chico Xavier a velhos estereótipos de "bondade", "humildade" e "pureza" que só faziam sentido no tempo dos tataravós, no entanto ainda domina muita gente. E, como derivados, Divaldo Franco e João de Deus também são alvo da mesma adoração mórbida de estereótipos tão diabéticos. Como "

A crise de Michel Temer e do "espiritismo" brasileiro

(Por Demétrio Correia) O governo Temer é "espírita"? Parece que sim. Os "espíritas" já definiram as passeatas do "Fora Dilma" como "momento de regeneração". Como se até pedir "intervenção militar" fosse o primor de luminosidade humanitária. Mas, também, se o próprio Francisco Cândido Xavier, o Chico Xavier, defendeu a ditadura militar, espera-se que os "espíritas" apoiem até Jair Bolsonaro. O governo Temer conta com uma agenda que deixa os "espíritas" com água na boca. Temer defende a precarização do mercado de trabalho, com menos salários, mais carga horária e menos garantias. Para o "espírita" isso é ótimo, porque o que as pessoas só terão na frente é "serviço" (eufemismo para "servidão"). Temer defende a aposentadoria para mais tarde, no mínimo 65 anos de idade, o que para muita gente é uma aposentadoria póstuma, diante de tantos desgastes do "b

Como o "espírita" pode reagir à desilusão de seus dogmas?

(Por Demétrio Correia) É muito mais fácil dizer a uma criança que Papai Noel é uma ficção do que afirmar a um "espírita" que o "médium" Francisco Cândido Xavier nem de longe chega a ser um "espírito de luz". A criança, quando informada da verdade a respeito de alguma ilusão, chora, pula, grita, se aborrece, se irrita, mas com o tempo se conforma e até vê o lado bom da amarga lição. O "espírita", não. Fica chorando, pois o que o "espírita" mais sabe é chorar, e aos soluços. Fica traumatizado, chocado, dizendo: "Não, não pode ser... Chico não é de luz... Snif!". Imagine então se disséssemos que Chico Xavier era deturpador do Espiritismo, distorcendo as lições de Kardec ao sabor dos devaneios igrejistas do mineiro, e ainda por cima às custas de pretensas psicografias, que se revelam fraudulentas. A pessoa vai chorar mais do que quando perde uma família inteira num acidente com um coletivo. Mas e

Não custa lembrar do mal das mensagens excessivamente "amorosas"

(Por Demétrio Correia) Os "espíritas" ainda se deixam levar pelas "palavras de amor". Acham que, "quanto mais amor", mais "superiores" serão as energias. Coitados daqueles que pensam assim. Principalmente no "espiritismo" deturpado no qual o nome de Allan Kardec se reduz a um alvo de viscosa bajulação. Esquecem dos alertas de Erasto para o risco de palavras tão dóceis esconder apelos para se aceitar um igrejismo mofado, moralista e cheio de devaneios e preconceitos materialistas. O espírito Erasto mandou mensagens aproveitadas sobretudo em O Livro dos Médiuns  (recomenda-se a tradução de José Herculano Pires, próxima do texto original). Ele alertou, com o máximo de detalhes possível, a armadilha da deturpação. Preveniu a humanidade de personalidades aparentemente agradáveis, mas maliciosas, como os supostos médiuns Francisco Cândido Xavier e Divaldo Pereira Franco. Se observar muitos dos aspectos n

Não há estudo que sequer sugira que animais vivam no mundo espiritual

(Por Demétrio Correia) Há muita especulação sobre os animais de estimação irem para o mundo espiritual. Supor que eles possam dar toda a alegria e prazer aos infortunados que acreditam receberem as tais "bênçãos" na vida futura. Imaginar gatinhos, cãezinhos, canarinhos, coelhinhos etc povoando as "colônias espirituais", alegrando a população a circular nas relvas com pijamas branquinhos, é muito agradável. Mas isso é muito irreal, e é uma fantasia de cunho materialista. Supõe-se que animais tenham alma e que possam ter alguns arremedos de inteligência ou coerência. Mas até os estudos neste sentido estão só no começo. Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos , até deu algumas noções, mas como a Ciência Espírita estava no começo, nada de concreto poderia se dizer sobre os bichinhos do além-túmulo. Kardec se limitou a dizer que, após a morte, os animais viveriam numa espécie de erraticidade. Ele mesmo tinha consciência de que muitos