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"Espiritismo" brasileiro vive um grave desequilíbrio

(Por Demétrio Correia)

O "espiritismo" brasileiro praticamente rompeu com Allan Kardec.

O propósito da Codificação em promover o equilíbrio entre Ciência, Filosofia e Moral foi por água abaixo.

Moral foi substituída por Religião, e ela prevaleceu sobre os demais.

Alguns oportunistas tentam correr atrás do tempo e, dissimulados, tentam evocar Ciência e Filosofia com muito pedantismo e bajulação.

Sem realizarem um estudo sério, criam concepções com base em seus devaneios.

O mundo espiritual, por exemplo, foi fabricado para permitir que não se lute contra as injustiças sociais de maneira aprofundada e corajosa.

Daí que os "espíritas" adoram tanto defender o sofrimento humano, sob a desculpa de que, no outro lado, "será diferente".

Mas o mundo espiritual é concebido ao arrepio da Ciência Espírita.

Allan Kardec havia dito, em seu tempo, que não há uma ideia plausível do que pode ser, de fato, a vida espiritual.

Isso, sabemos, não foi superado. Nenhum estudo supondo a vida espiritual foi feito.

O que se viu, no Brasil, foi um faz-de-conta bem ao gosto materialista.

Cria-se uma "colônia espiritual" que parece um condomínio de luxo, com bosque, prédios pomposos, animais domésticos e passarinhos livres pela relva, pessoas usando pijamas branquinhos.

Nada muito diferente das propagandas de condomínios que se vê nos Classificados dos jornais.

Tudo isso moldado perante a fé religiosa e um certo materialismo enrustido que faz os "espíritas", logo associados à ideia de "desapego à matéria", mais materialistas que os marxistas.

Os "espíritas" não se desapegam à matéria. Eles apenas acreditam que existem réplicas das matérias que abandonam.

O "espiritismo" brasileiro acumulou tantos e tantos e tantos erros que sua crise agora atinge um nível agudo e eles estão assustados.

Eles reagem de todas as formas diante da acusação de deturpação que faz esvaziarem muitas "casas espíritas".

Uns apedrejam os questionadores, acusando-os de "falta de fé e de prece".

Outros choramingam pelos cantos, vendo se distanciarem as chances de ingresso rápido ao Céu.

Os próprios "espíritas" provocam os resultados de seus efeitos que não querem assumir.

Fazem uma farra tremenda com Allan Kardec, distorcendo seu legado ao sabor de seus caprichos, e não querem pagar a conta pela festa feita.

Cometem traições graves a Kardec, mas depois juram serem "absolutamente fiéis" a ele.

E acham que ser contraditório é ser "equilibrado", alternando conceitos igrejeiros de herança roustanguista com a "boa teoria" dos postulados espíritas originais.

Acabam assimilando ideias contraditórias e transmitindo conceitos que se chocam uns aos outros.

E ainda não querem ser questionados.

O "espiritismo" brasileiro ainda carece de autocrítica.

Ele é o reflexo do Brasil em que vivemos, conservador, dissimulador, metido a avançado, mas apegado a velhos paradigmas.

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