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"Espiritismo" e Michel Temer: dois retrocessos

(Por Demétrio Correia)

O governo Michel Temer é um governo "espírita".

Impõe sacrifícios pesados ao povo sofredor, em nome de "benefícios futuros".

Pede paciência e aceitação dos retrocessos e dificuldades.

O pretexto é o "combate à recessão", que o "espiritismo" traduz como "depuração".

Reajustes, mesmo, só os "reajustes espirituais".

O povo pobre paga como se tivesse sido tirano em uma encarnação distante, no Império Romano ou no tempo das colonizações.

Nem precisa de comprovação pela Ciência Espírita. Basta o "achismo" de um "médium".

O "espiritismo" terceiriza a vida, pregando que a pessoa deveria abrir mão de seus projetos de vida.

A pessoa está para ser "brinquedo" das adversidades, e, distorcendo o conceito de "vida futura", prega que a pessoa faça de sua encarnação uma coleção de desgraças e debilidades para se resolver um problema.

Isso é um grande desrespeito, porque uma encarnação estimada em cerca de 80 anos não pode ser desperdiçada por uma sucessão de desgraças.

Mas o "espiritismo" pensa nisso mesmo. E é isso que faz os "espíritas" apoiarem o governo Michel Temer.

Durante o governo Temer, você via tudo quanto era artigo "espírita" dizendo para aceitar sofrimentos e dificuldades extremas.

E ainda pedia para você orar preces, durante o momento de servidão.

É como um representante da classe empresarial havia dito: "Você pega um sanduíche com a mão e trabalha com a calculadora com outra".

Os "espíritas" devem dizer: "Você pega na enxada com as duas mãos e, com a mente em silêncio, sai elaborando uma prece qualquer a Deus".

Você divide seu pensamento entre o trabalho a ser feito e a prece a ser orada.

De preferência, uma prece para aguentar as dificuldades extremas e agradecer pela desgraça obtida.

O Plano Temer e o "espiritismo" brasileiro representam dois retrocessos.

O de Temer é de caráter trabalhista: reforma trabalhista e previdenciária que retrocederia o padrão de vida profissional aos paradigmas do século XVIII.

O do "espiritismo" retrocede, como religião, aos paradigmas do Catolicismo jesuíta que vigorou no Brasil durante o período colonial, até meados de 1750.

Em ambos os casos, convida-se o povo brasileiro a uma volta aos padrões de vida do século XVIII.

Tudo isso sob a desculpa de um "futuro melhor".

Só que, se retroceder três séculos é ter um "futuro melhor", então não sabemos mais o que é o futuro.

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