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Como aliar servidão e tempo para prece?

(Por Demétrio Correia)

O moralismo "espírita" brasileiro é insólito.

Prega não só para a pessoa aceitar o sofrimento, mas pede para "amá-lo".

Alguns palestrantes se aventuraram em pregar a ideia esotérica e mistificadora do "inimigo de si mesmo".

Condenam o suicídio mas falam para o sofredor extremo que ele é o "próprio inimigo a ser combatido". 

Depois reclamam que o sofredor, sabendo disso, se suicidou.

Os "espíritas" acham que a encarnação só serve para a servidão.

Não conseguem explicar direito por que uns são privilegiados e outros sofrem além da conta.

Tentam arrumar uma desculpa, na base do "achismo".

Dizem que os privilegiados são os "sofredores de ontem" que foram abençoados, e os sofredores são os "privilegiados de outrora" que teriam se comportado mal.

Um moralismo vagabundo, diga-se de passagem.

Quanto aos sofredores, quase sempre tratados com certo desdém pelos "auxílios fraternos" das "casas espíritas", o que a doutrina igrejeira brasileira quer é que eles se mantenham sob servidão a alguém.

Acham que obter desgraças e dificuldades é moleza, e que qualquer reclamação ou gemido de dor é "frescura".

Pedem para que os sofredores aceitem qualquer cilada para "vencer na vida", compactuem com os opressores ou se resignem com tantas perdas.

Isso é mole para se aconselhar aos outros.

Os palestrantes "espíritas" não sofrem essas dificuldades. E ainda choramingam quando são questionados em seus pontos de vista.

"Ah, é falta de prece, de misericórdia, de perdão", tentam alegar.

E pedem para o sofredor infeliz se "ocupar" nas preces, diante de sua rotina opressiva da overdose de desgraças, dificuldades e ciladas.

"Trabalhe sem cessar pensando nas bênçãos futuras. No pior momento de agonia, se recolha na prece em silêncio".

(Claro que é em silêncio. É para não incomodar os privilegiados da sorte)

Como alguém pode se recolher na prece se tem que trabalhar e praticar servidão não se sabe até que horas?

Ou será que preces quase monossilábicas são suficientes para o sofredor obter alguma graça diante da dificuldade extrema?

Quantas preces terão que ser feitas, quanto tempo, qual o nível de apelos, quantas enchentes de lágrimas são necessárias para que algum sofrimento possa ser encerrado?

Os "espíritas" nem estão aí. Para eles, o pior sofrimento é sempre um "bom momento" para o outro.

Difícil é dividir a concentração mental entre o rigor de um trabalho e a elaboração de uma prece.

Só essa situação revela o quanto o moralismo "espírita" é rigoroso e medieval.

Depois os "espíritas" ficam falando mal da Idade Média...

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