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Por que o "espiritismo" brasileiro é dominado por almas das trevas?

(Por Demétrio Correia)

O "espiritismo" brasileiro é tomado de energias maléficas.

Tal constatação deixa seus seguidores horrorizados e, comumente, surgem vozes alegando o "absurdo" de tal tese.

Mas a constatação existe, e ela não é alvo de inveja nem de intolerância religiosa.

Ela surge pelas contradições que o "espiritismo" brasileiro, com DNA fundamentado no igrejismo de Jean-Baptiste Roustaing mas jurando "fidelidade absoluta" a Allan Kardec.

Sabe-se que o pedagogo francês é traído o tempo todo, principalmente por ritos igrejistas, como as "sessões mediúnicas" que lembram mais as "tábuas Ouija" do entretenimento aristocrático do século XIX.

Verdadeiras masturbações com os olhos, no qual o artifício das belas palavras esconde o óbvio: a diversão mórbida pelo sofrimento do outro.

São estórias de gente que sofreu perdas pesadas e apenas conseguiu sobreviver de alguma forma, com um relativo benefício, geralmente superestimado.

As pessoas acham tudo lindo, mas é uma perversidade. Um entretenimento de, sob a desculpa de buscar "exemplos de superação", sentir prazer com a desgraça alheia.

"Mas as pessoas depois deixaram de sofrer e foram salvas", dirá qualquer um.

É, mas o discurso, embora em belas palavras, sempre coloca a desgraça humana como a "fórmula do sucesso".

Isso é apenas um dos aspectos de como o "espiritismo" é mistificador e não tem a sinceridade como uma de suas virtudes.

Só o fato de bajular Allan Kardec mas pôr em prática os "ensinamentos" de Jean-Baptiste Roustaing atrai espíritos inferiores dos mais diversos tipos.

Espíritos zombeteiros, vingativos, autoritários, escravocratas, machistas, sexólatras, racistas, assassinos, gananciosos.

A própria tese de "reajustes espirituais", uma desculpa dada para a desgraça alheia, semelhante ao princípio das punições do Catolicismo medieval, é também um aperitivo para a fome voraz das almas das trevas.

Alegar que a vítima de uma desgraça é culpada e seu algoz apenas um "justiceiro" da Lei de Causa e Efeito (similar à católica Lei de Punição e Recompensa), sem o conhecimento da Ciência Espírita, é uma abertura escancarada das porteiras "espíritas" para os "amiguinhos endurecidos".

Eles podem cometer sua crueldade à vontade porque os espíritos inferiores são apenas "jagunços astrais" executando apenas "dívidas antigas".

Os "reajustes espirituais" viram pretexto para vinganças e outras barbaridades.

Não adianta, depois, o palestrante "espírita", com seu "balé" de lindas palavras, dizer que ninguém sofre além de suas capacidades ou que não existe carma para sofrimentos eternos.

Em dados momentos, o palestrante, tal como o membro do auxílio fraterno, entra em contradição, dizendo para a pessoa aguentar o sofrimento que persiste, em dificuldades de árdua superação.

Falam até em "amar o sofrimento", ou apelar para o sofredor se ver como "inimigo de si mesmo".

O que é isso, senão o "prazer pela desgraça alheia"?

A turma das trevas fica excitada, e muitos ignoram que os espíritos inferiores são muito capazes de adotar um aparato de benevolência, beleza e mansidão.

Espíritos desordeiros e violentos podem também ter momentos de muita cordialidade, educação e podem até mesmo imitar a fala dos anjos, meiga e macia.

Espíritos autoritários podem falar em "fraternidade" e "perdão", até porque eles querem que todos sejamos "irmãos" sob seu domínio e perdoássemos suas atrocidades.

Daí que o aparato de "amor" é muito mais escancarado, pois os espíritos das trevas precisam manter as aparências.

Os espíritos inferiores não se afastam sequer das "músicas espíritas" tocadas nos "centros", até porque eles podem se relaxar antes de planejarem um novo ardil. Eles também adoram melodias doces e, quanto mais piegas, melhor para eles.

As pessoas realmente fraternas e amorosas não se perdem num apelo incessante e exagerado de palavras e imagens doces.

Já os espíritos mais traiçoeiros são aqueles que mais precisam mostrar o tempo todo fotos de crianças sorridentes, de coraçõezinhos vermelhos, paisagens celestiais, bosques floridos etc.

Os espíritos inferiores é que encharcam as palavras do mais puro mel, pronunciadas ora com imperiosidade "divina", ora com delicadeza "angelical", porque precisam convencer as pessoas pelo apelo emocional que lhes prende a suas mistificações.

São eles, os espíritos das trevas - já que eles arrumam um reduto para se reunirem com seus planos sombrios - , que mais falam em "fechar os ouvidos às vozes trevosas que pregam a desunião".

Falam assim porque os verdadeiros trevosos atribuem como "trevosos" aqueles que questionam todo um sistema de mistificações e ocultismo a que se reduziu o Espiritismo na sua diluição brasileira.

Eles falam em "união", "solidariedade", "fraternidade", porque querem aglutinar todos em torno dos desígnios trevosos, sempre respaldados do mais belo aparato de palavras lindas e imagens comoventes.

Daí que vemos o quanto o Espiritismo, no Brasil, sucumbiu à areia movediça do igrejismo.

São os deturpadores que mais falam em "fraternidade" e "união", porque querem juntar o máximo de pessoas, dos mais diversos tipos, inclusive ateus, esquerdistas e rebeldes em geral, para serem dominados por sua força mistificadora.

A mínima discordância, mesmo vinda de questionadores sérios e sem ódio, os deturpadores logo acusam de serem "vozes das baixas esferas", "semeadores da guerra e do conflito entre irmãos".

Os brasileiros não tomam cuidado com essas armadilhas e, de repente, sofrem um azar enorme depois de irem a um evento "espírita" e voltarem para casa felizes.

E isso quanto todos voltam para casa e nenhum membro da família ou do grupo é golpeado por um assaltante ou sofre algum acidente de trânsito causado por energias turbulentas.

É o preço caro que os críticos da deturpação, no Brasil, contraem quando poupam os deturpadores, sobretudo os "médiuns" que vivem no culto à personalidade, só por causa da "bondade".

Acreditando que se pode recuperar as bases kardecianas mantendo os deturpadores no pedestal, o "espiritismo" nunca sairá das más influências, que sempre adoram uma contradição.

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