(Por Demétrio Correia)
Alguém parou para pensar que o "espiritismo" brasileiro só traz boas energias mesmo para quem não ameaça o conservadorismo social?
As energias, sabe-se, favorecem também pessoas retrógradas e até quem comete crimes e sai na maior impunidade.
A tese da culpabilidade da vítima e os juízos de valor dos "espíritas" diante do sofrimento alheio também indicam isso.
A tão alegada "Lei do Progresso" tão alardeada pelo "movimento espírita" é conversa para boi dormir.
É o mesmo papo furado há, pelo menos, 40 anos, sendo apenas um meio para lotar "casas espíritas".
Os "espíritas" chegam mesmo a citar Allan Kardec e seus avisos sobre progresso da humanidade.
Mas os "espíritas" brasileiros distorcem esses ensinamentos e criam, ao sabor de seus devaneios materiais, teses absurdas como "datas-limite" e creditam anos fixos para a emancipação moral da humanidade.
Coisas, aliás, que o próprio Kardec reprovou, definindo como indício de mistificação.
E que progresso os "espíritas" falam?
Tão obscurantistas e medievais, tão igrejeiros e moralistas, os "espíritas" não têm moral para falar em progresso na Ciência, nas Artes e na busca do Conhecimento.
Eles mesmos vibram sempre para que tais progressos sejam sempre adiados ou, quando muito, atenuados e diluídos.
O próprio "espiritismo" brasileiro nasceu deturpando o legado de Allan Kardec.
Com raízes fincadas no igrejismo de Jean-Baptiste Roustaing, o "espiritismo" brasileiro sempre evitou o avanço do cientificismo de Kardec.
Na "fase dúbia", Kardec apenas virou alvo de intensa bajulação e uma parte de seus ensinamentos mais indigestos é apenas tendenciosamente aproveitada e distorcida ao sabor das conveniências.
Como no caso do Controle Universal dos Ensinos dos Espíritos.
Na farsa da pretensa mediunidade evocando espíritos de vítimas do incêndio na Boate Kiss, forjaram mensagens de diferentes procedências para dar a falsa impressão do cumprimento do C.U.E.E..
Grande farsa. Afinal, o vínculo do "espiritismo" igrejista era o mesmo nos diferentes locais em que as mensagens eram produzidas e resultaram até em livro.
Uma dessas mensagens, atribuída a Stéfani Posser Simeoni, apresentou estranhas rasuras, pondo em xeque a autenticidade, até porque supôs-se que Stéfani estaria tranquila ao escrever a carta.
Por essas e outras, o igrejismo "espírita", consagrado por Francisco Cândido Xavier e Divaldo Pereira Franco, contribui para as energias conservadoras.
Pelas obras de Chico Xavier e Divaldo Franco, sabe-se que o legado espírita foi desfigurado e manipulado ao sabor de interesses arrivistas e pelo rumo das conveniências.
Não é uma doutrina que se possa definir como progressista e moderna.
O "espiritismo" preferiu, na verdade, a herança do velho jesuitismo medieval do Brasil-colônia.
Daí que as energias da doutrina favorecem mais as pessoas mais conservadoras. Ou aqueles que, mesmo progressistas ou modernas, não oferecem ameaça ao sistema de valores dominantes.
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