Pular para o conteúdo principal

"Espíritas" repetem vícios dos fariseus de outros tempos

(Por Demétrio Correia)

O "espiritismo" brasileiro, como em muita coisa no Brasil, acaba repetindo situações de profundo retrocesso social ou vícios de ordem moral vindos de gente que parecia condenar tais más qualidades.

Religião fundamentada no roustanguismo, o "espiritismo" preferiu o medievalismo do que o iluminismo que norteou a obra de Kardec.

A doutrina brasileira, fundada pela Federação Espírita Brasileira, preferiu a tendência "mística", que era voltada à obra de Jean-Baptiste Roustaing.

Durante muito tempo, Roustaing tinha preferência, a ponto de forjarem uma falsa mediunidade com um pseudo-Allan Kardec pedindo para valorizar "a revelação da revelação".

"Revelação da Revelação" é o subtítulo de Os Quatro Evangelhos de Jean-Baptiste Roustaing.

Durante o roustanguismo, houve traduções deturpadas da obra de Allan Kardec, para dissolver seu conteúdo científico e adaptar o texto para uma pregação igrejista, supostamente "fraternal".

Mas como se deu, na política recente, com o ex-deputado Eduardo Cunha, Roustaing passou a representar um incômodo.

É aquele caso. As ideias retrógradas agradam e devem ser defendidas, como tesouros velhos, mas seu idealizador é que se torna um problema.

Isso porque os "científicos" sempre cobraram a FEB um mínimo de honestidade doutrinária.

Nos anos 70, com a aposentadoria e depois morte do presidente da FEB, Antônio Wantuil de Freitas, veio a tendência dúbia que parecia um suposto equilíbrio entre "místicos" e "científicos".

Tudo parecia na "santa paz" (só para usar um termo católico), mas as contradições vieram com muito mais força.

E aí vemos Francisco Cândido Xavier e Divaldo Franco fingindo que nunca foram roustanguistas.

E eles transformaram o "espiritismo" numa reprodução de antigos vícios dos fariseus que Jesus de Nazaré tanto reprovou.

O falso intelectualismo messiânico, a falsa modéstia religiosa, a avidez pela morada no "céu", o divinismo hipócrita, o misticismo mitificador, tudo isso Jesus reprovava nos antigos sacerdotes de seu tempo.

É assustador que pessoas que se dizem "ligadas a Jesus", em várias religiões, mas sobretudo "espíritas", adotem as mesmas posturas.

Divaldo, pretenso intelectual, vaidoso no seu triunfalismo religioso, dotado de discurso verborrágico, seria reprovado severamente por Jesus, que o chamaria de "hipócrita" e "oportunista".

Não adiantariam "casas de caridade" ou "projetos filantrópicos", porque, sobretudo em tempos em que se fala de corrupção, se criam casas assim para lavar dinheiro ou arrancar votos da população.

E, além disso, de belas palavras o umbral está cheio.

Coitado de Jesus de Nazaré que, depois de condenado para o martírio da cruz, tornou-se vítima de tantas usurpações na posteridade...

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Qual a relação de Edir Macedo e R. R. Soares com Chico Xavier?

(Por Demétrio Correia) Qual a relação que os "bispos" neopentecostais Edir Macedo e R. R. Soares têm com o "médium" Francisco Cândido Xavier? O leigo vai cair da cadeira e vai achar absurdo, sobretudo num dia como hoje. Afinal, fazem 15 anos do falecimento de Chico Xavier e os chiquistas devem preparar sua inundação de lágrimas. Como comparar o "iluminado médium" aos dois usurpadores da fé cristã. Simples. Porque Chico Xavier também havia sido um usurpador. Um católico ortodoxo que se tornou um dos maiores aproveitadores do legado da Doutrina Espírita. A trajetória do "bondoso médium" sempre foi marcada de muita confusão e conflitos. As pessoas devem abandonar essa teimosia infantil de achar que as confusões que envolveram o "médium" foram causadas pelos detratores. Não foram. Foram causadas pelo próprio "médium" e seus parceiros nas empreitadas da deturpação espírita. A imagem "...

Vídeo: Diferenças entre o Espiritismo Original de Allan Kardec e o Espiritismo Brasileiro de Chico Xavier

Vídeo didático ensina a diferença do Espiritismo original de Allan Kardec e o "espiritismo" deturpado de Chico Xavier e Divaldo Franco. Vale a mais ampla divulgação.

"Espiritismo" brasileiro pratica assistencialismo. Isso não é bom

(Por Demétrio Correia)  O "espiritismo" brasileiro usa táticas de manipulação da opinião pública cuja gravidade poucos percebem. Uma delas é o Assistencialismo. Uma suposta caridade que ajuda muito pouco, trazendo apenas benefícios pontuais e superficiais, mas sem transformar a sociedade. Ou então ações de relativa emancipação social que também não ajudam muito, criando cidadãos apenas "corretos", mas socialmente inócuos. O Assistencialismo é o que está por trás da "caridade" que virou a desculpa maior para aceitar a deturpação da Doutrina Espírita. A suposta filantropia vira a moeda imposta para aceitar até mesmo a aberração dos "médiuns" nada intermediários, alvos de culto à personalidade e de mais mórbida adoração. Os "médiuns" fazem falsa mediunidade, impedindo os mortos de falarem porque "falam em nome deles", ao pé-da-letra, botando na conta do além o pensamento pessoal de cada "médium...