(Por Demétrio Correia)
"Espíritas" exaltam os "médiuns" deturpadores do legado kardeciano como "simbolos absolutos de humildade".
Um discurso construído que comove a muitos.
Mas é aquela comoção que parece uma masturbação com os olhos.
O êxtase religioso da choradeira fácil, da diversão com o sofrimento dos outros, das fantasias místicas que envolvem os ídolos religiosos.
A falsa humildade da pose de mansidão - os "espíritas" usam muito "mansuetude" - que serve de escudo para deturpar o legado de Kardec a torto e a direito.
Uma pose de humildade, que permite que os "médiuns" possam ferir com doces palavras e depois recolher em choro fingido quando são duramente criticados.
Francisco Cândido Xavier e Divaldo Franco já fizeram seus julgamentos de valor severos.
Chico Xavier acusou os pobres espectadores de um espetáculo circense que terminou em tragédia de terem sido romanos sanguinários.
Sim, Chico Xavier acusou GENTE HUMILDE de ter sido aristocratas gauleses (a Gália era como a França era conhecida nos tempos do Império Romano) com sede de sangue e fome de fogo.
Divaldo Franco acusou outros HUMILDES de terem sido sanguinários em vidas remotas.
Ele havia dito, em entrevista recente, que os refugiados do Oriente Médio eram "antigos colonizadores" que oprimiram os povos nativos nas Américas.
Divaldo ainda acusou os pobres refugiados de "buscarem o ouro" no "retorno" ao solo europeu.
Juízo de valor semelhante já custou um processo judicial.
Já que o acidente com um avião da TAM, no Aeroporto de Congonhas (a ser rebatizado, ironicamente, com o nome de um figurão "espírita"), faz dez anos, lembremos do caso de Voyne Figner Sacchetin, médico e suposto médium de São José do Rio Preto.
Ele escreveu um livro, O Voo da Esperança, acusando as vítimas do acidente da TAM de terem sido gauleses sanguinários e botou na responsabilidade do há muito falecido Alberto Santos Dumont, tido como suposto autor espiritual.
A mesma coisa o "iluminado" Chico Xavier fez a respeito das vítimas do tal incêndio no circo que havia sido instalado em Niterói, para uma temporada no final de 1961.
Usando o mal disfarçado nome de Humberto de Campos (sob o suposto codinome de Irmão X), Xavier acusou as HUMILDES vítimas de terem sido romanos sanguinários.
Foi no livro Cartas e Crônicas, de 1966.
Chico Xavier nunca recebeu um processo judicial por isso, mas tal situação não lhe é atenuante, mas agravante em relação ao dr. Sacchetin.
Isso porque as "vítimas" de Sacchetin tinham poder aquisitivo e instrução para mover advogados e processar o "médium" acusador.
Já as "vítimas" do "bondoso" Chico Xavier eram pessoas pobres, negras, mestiças, inocentes e de baixa instrução, sem noção sequer de que seria possível processar um "médium" desses, mas também sem dinheiro para pagar um advogado.
Talvez essas pessoas nem haviam sido informadas de tamanha atrocidade cometida pelo "maior símbolo de humildade do Brasil".
As pessoas que ficam presas no misticismo "espírita" entendem a humildade apenas no jogo de cena dos ídolos religiosos e nas ações paternalistas do Assistencialismo.
Esquecem o quanto o moralismo "espírita" é cruel com o sofrimento humano.
Quanto juízo de valor é feito escondido em belas palavras.
O que as paixões religiosas fazem para cegar tanta gente, diante da adoração dos "médiuns" deturpadores.
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