(Por Demétrio Correia)
O "espiritismo" brasileiro é uma religião de mitômanos?
Pergunta-se isso porque prevalece a desonestidade doutrinária da deturpação.
"Espíritas" praticam o roustanguismo mas se dizem "fiéis" a Allan Kardec.
Há psicografias fake que nem de longe refletem o estilo e os aspectos pessoais dos autores mortos alegados.
No entanto, essas obras são tidas como "autênticas" e não raro há páginas na Internet citando os falsos autores como se eles trouxessem alguma mensagem verdadeira.
Os "espíritas" criticam a "vaticanização" que tanto praticam de maneira bastante entusiasmada e apaixonada.
Vivem indecisos em defender a felicidade ou fazer apologia ao sofrimento.
Bajulam Erasto e seus alertas urgentes contra a deturpação.
Mas, depois, vão logo rasgando a seda pelo medieval Emmanuel.
Traem Allan Kardec de maneira mais compulsiva possível, mas vivem exigindo a "fidelidade doutrinária".
Há alguns, mais oportunistas, que deturpam o Espiritismo mas fazem apelos exagerados: "Não vamos só entender Kardec, mas viver Kardec no dia a dia".
Forjam mensagens atribuídas ao espírito do roustanguista Adolfo Bezerra de Menezes, supostamente arrependido da opção por J. B. Roustaing.
Só que o suposto dr. Bezerra - que, do contrário que acreditam os "espíritas", deve ter reencarnado, pelo menos umas duas vezes, após o desenlace em 1900 - veio com um apelo tendencioso.
Supostamente defendendo as bases de Allan Kardec, ele falou em "kardequizar".
Era a senha para o que veio depois, um roustanguismo sem Roustaing e com Kardec.
Afinal, a palavra "kardequizar" era um trocadilho com "catequizar", que era o que os jesuítas fizeram para converter os indígenas no período colonial brasileiro.
Não por acaso, um dos maiores astros do "movimento espírita" é o espírito de Emmanuel, nada menos que o antigo padre Manuel da Nóbrega dos tempos do Brasil-colônia.
Os "médiuns" também têm trajetória de muita confusão marcada por suas contradições e decisões equivocadas, mas tidas como "acertadas" no calor do momento.
Muito diferente das trajetórias límpidas e coerentes de Jesus de Nazaré e Allan Kardec.
Até as reuniões em "centros espíritas" ou em sessões "mediúnicas" para divulgar supostas cartas de familiares mortos são envoltas de energias vibratórias muito confusas.
Isso porque há muita mentira nessas cartas, montadas com a leitura fria dos depoimentos dos parentes vivos e do "recheio" de informações de fontes bibliográficas diversas.
As assinaturas refletem a caligrafia do "médium", não do morto em questão.
Isso se comprova quando se confrontam a suposta assinatura do morto com a caligrafia que o falecido deixou em vida, como em documentos de identidade.
Mas, mesmo assim, as famílias veem as cartas como "autênticas" por causa do forte apelo emocional.
Ah, quantas famílias foram enganadas com tantas e tantas mentiras.
E os "espíritas", que tanto mentem, querem ainda ter a posse de verdade. Triste isso.
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