(Por Demétrio Correia)
Festeja-se demais a "caridade espírita".
Ela não traz muitos resultados, do contrário que tanto se alardeia.
Fala-se em "transformação de vidas", mas o que se vê são apenas trabalhos medianos de alojamento de pobres e doentes, concessão de pequenos donativos ou projetos educacionais anódinos que forma somente cidadãos medíocres.
A prática é bem menos expressiva do que tanto se fala. Afinal, se a "caridade espírita" funcionasse, o Brasil teria se tornado um país com elevados índices de desenvolvimento sócio-econômico.
Não há como escapar disso. Não há como glorificar uma religião que ajuda pouco e fingir acreditar que ela provocou revoluções nas vidas das pessoas.
A "caridade espírita" é até estranha, como havia lembrado José Herculano Pires.
"Conduta condenável no terreno da caridade", foi como Herculano definiu de Divaldo Franco, em carta a um amigo jornalista.
As pessoas hoje, se lerem isso, se sentirão chocadas e vão logo chamar Herculano de mentiroso, ele que, sobrinho do grande contador Cornélio Pires, foi também um espírita autêntico.
As melhores traduções de Allan Kardec são do próprio Herculano, vale lembrar.
E aí as pessoas não querem saber da verdade que machuca. Preferem a mentira que conforta, que anestesia, que encanta corações.
Mas Herculano explicou a respeito da conduta condenável: é porque a caridade é usada como pretexto para se promover a deturpação do Espiritismo.
Daí que a "caridade" é muito malfeita, quando muito, medíocre e de resultados apenas medianos.
Francisco Cândido Xavier foi pioneiro nisso.
Chico Xavier fazia toda uma ostentação, todo um espetáculo tendencioso, só para promover uns parcos donativos.
Essa "caridade", que os "espíritas" dizem tanto ser Assistência Social, é na verdade Assistencialismo.
Isso porque o Assistencialismo é aquela "caridade" que não muda muito, mas promove a imagem pessoal do "benfeitor".
Se preocupa-se mais em dizer que "foi fulano que fez".
Parece propaganda política. Será que ninguém tomou conta de que os "médiuns espíritas" se nivelaram a Paulo Maluf, que sempre dizia "fui eu que fiz!"?
Se muitos se recusam a admitir essa comparação, outra, pelo menos, é inevitável.
São os quadros "assistenciais" do Caldeirão do Huck.
Sim, fala-se de Luciano Huck que, pelo jeito, é o presidenciável dos sonhos dos "espíritas".
São quadros na verdade de mero interesse comercial e midiático, que revelam casos de "filantropia" bastante superficiais.
São mais "espetáculos de caridade" do que projetos de algum verdadeiro progresso social.
É isso que os "espíritas" fazem: uma "caridade" feita para expor o "filantropo", sem trazer resultados concretos, profundos e definitivos.
O que se "realiza" é em níveis medianos, mas como estes resultados, por mais medíocres que sejam, foram feitos sob o verniz de simplicidade, as pessoas vão dormir tranquilas.
Não é uma "caridade" que elimina a pobreza das ruas, não traz inclusão social plena, mas rende medalhas, troféus, diplomas e outros prêmios para o "benfeitor".
Devemos prestar atenção nisso: é estranha a "caridade" que mais parece um marketing do "benfeitor" do que um projeto de ajuda aos necessitados.
Muitos questionarão isso a respeito dos "espíritas". Mas será preciso que a lição de Luciano Huck, apoiado pelos "espíritas", possa ensinar muito sobre essa "caridade" que ajuda mais o "benfeitor" do que os necessitados.
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