(Por Demétrio Correia)
Até Divaldo Franco saiu em defesa da Operação Lava Jato.
Definiu toda sua equipe como "Missionários da Ordem do Bem".
Afirmou que eles estavam protegidos pelo "Plano Superior Divino" para o combate à corrupção.
Divaldo Franco assinou embaixo com as defesas que o "movimento espírita" andou fazendo nos últimos anos.
Os "espíritas" andaram classificando as passeatas do "Fora Dilma" como "marco zero da regeneração da humanidade" no Brasil.
Exaltaram a Operação Lava Jato como se fosse uma ação de emergência para "recuperação dos ensinamentos cristãos". Falaram essa mesma lorota sobre a ditadura militar.
Definiram Sérgio Moro como um "missionário" nos níveis de Jesus Cristo. Sério.
Lembra um cartaz que os histéricos movimentos de "regeneração" - as tais passeatas dos "coxinhas" vestidos com uniforme da corrupta CBF gritando "contra a corrupção" - exibiu certa vez.
Nele, se atribui, de maneira ridícula, uma frase a Deus:
"Eu voz envio Sérgio Moro, meu segundo filho, para salvá-los dos pecadores. Não deixem crucificá-lo também. Me ajuda aí!! Deus", diz a mensagem.
As esquerdas viram tudo.
"Espíritas" defendendo a aceitação do sofrimento. Senha para o apoio às terríveis reformas trabalhista e da Previdência Social.
"Espíritas" com posturas clara ou sutilmente homofóbicas. Até aqueles que "recebem os gays como legítimos irmãos", para depois fazer a "cura gay" no escurinho das salas de passes dos "centros espíritas".
João de Deus, o "médium" goiano que todos imaginavam ser "amigo de Lula", desejando que o algoz deste, Sérgio Moro, fosse candidato à Presidência da República.
E Divaldo Franco apoiando a Operação Lava Jato, atribunindo-lhe uma tarefa messiânica.
E como as esquerdas reagem a tudo isso? Em silêncio ou perplexidade.
Ficam com seu wishful thinking dizendo para os "médiuns" reverem suas posições ideológicas conservadoras e pensarem de acordo com o que desejam seus seguidores.
Deturpação da Deturpação?
Os "médiuns" já tinham seu wishful thinking pedindo para Allan Kardec, postumamente, pensar de acordo com os primeiros, deturpadores da Doutrina Espírita.
E aí os seguidores dos "médiuns" deturpadores querem, no seu wishful thinking, que seus ídolos pensem de acordo com a ideologia progressista de uma parcela de adeptos.
Usam como falácia a ideia de que, como, em tese, os "médiuns" são associados a uma aparente caridade, eles têm que se direcionar ideologicamente à esquerda.
Nada disso. Até porque a "caridade" que os "médiuns" fazem não é aquela de esquerda, com reforma agrária, melhores salários, Educação com debates e questionamentos profundos, casa e moradia para a população.
A "caridade espírita" conduzida pelos "médiuns" é o modelo de direita, apenas internando numa casa meia-dúzia de pobres, órfãos ou doentes para sustento relativo e mediano, enquanto os "médiuns" se preocupam mais na promoção pessoal dessa filantropia morna.
Ou então os projetos "educacionais" que até ensinam a ler, escrever e trabalhar, mas produzem cidadãos "carneirinhos", obedientes e, principalmente, beatos.
Qualquer semelhança com a Escola Sem Partido NÃO é mera coincidência.
As esquerdas cometeram muitas gafes em relação ao "espiritismo".
Como aquele cara meio nerd que está a fim da cheerleader que não dá bola para ele, mas insiste em acreditar que ela o ama, as esquerdas sonham que os "espíritas" estão ao lado delas.
Os evangélicos neopentecostais foram aliados dos esquerdistas e, quando a aliança foi rompida, as esquerdas se prontificaram a questionar e investigar os antigos aliados.
Os "espíritas" nunca foram aliados das esquerdas, eram blindados pela Globo, Abril, Folha, Band e SBT, e as esquerdas achavam que esta religião estava no lado delas.
Caíram da cadeira diante desse sonho. Os "espíritas" demonstraram estarem alinhados e muito bem afinados com o golpe político de 2016.
Houve até mesmo o risível episódio do boicote da grande mídia ao filme As Mães de Chico Xavier.
Completamente patético.
Afinal, é uma co-produção da Globo Filmes, braço cinematográfico das Organizações Globo.
Tem narrativa de novela da Globo, elenco de novela da Globo, suporte da Rede Globo.
Como é que a grande mídia vai boicotar uma produção de uma de suas maiores corporações?
É certo que Band, Folha de São Paulo ou Isto É volta e meia têm atritos com a Globo, mas com certeza nunca chegaria ao ponto de boicotar um filme "espírita", de um "médium" que é blindado por toda a grande mídia.
As esquerdas morderam a isca e deixaram o golpe político se fortalecer.
Agora denunciam que os juízes da Lava Jato, como Sérgio Moro e Marcelo Bretas, conseguem auxílio-moradia junto com suas esposas, superfaturando suas fortunas já bem polpudas.
A lei diz que só um dos cônjuges pode receber auxílio-moradia, podendo até escolher entre a esposa ou o marido, mas nunca ambos.
Mas, no caso da Lava Jato, ambos os cônjuges ganham o benefício.
De que adianta denunciar isso, se a plutocracia tomou as rédeas e para ela cabe todo tipo de abuso para "tirar o PT definitivamente do poder e da campanha de 2018"?
Enquanto isso, as esquerdas ficam orando para os "médiuns espíritas" que as desprezam.
Ter "consideração com todos" não significa gostar de todo mundo ou se identificar com todos.
"Consideração" é eufemismo para diplomacia, aquela simpatia superficial de pessoas que não se gostam mas precisam se comportar de forma aparentemente cordial.
E os "espíritas" demonstraram não gostarem das esquerdas, que definem como "materialistas", "corruptas" e "ambiciosas".
Tem até uma piada em que os "médiuns espíritas" acolhem "todos como irmãos", até mesmo "aqueles ditadores de esquerda que escravizam (sic) a população e cometem desvios em relação aos ensinamentos do Cristo".
As esquerdas deveriam ver também os Malafaias e Felicianos que se escondem sob o véu do "espiritismo".
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