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"Espiritismo" não é agradável porque é coerente, mas porque une vários apelos emotivos

(Por Demétrio Correia)

Um Catolicismo para preguiçosos.

Um Esoterismo para autorizados.

Uma Filantropia para indiferentes.

Isso é o "espiritismo" brasileiro, que é a religião do "jeitinho brasileiro", de adotar posturas que as pessoas naturalmente não têm disposição em assumir.

E é uma religião da água com açúcar.

Sejam sinceros. Ninguém é "espírita" porque busca a coerência, o Saber e o esclarecimento.

As pessoas se tornam "espíritas" porque há um grande número de apelos emotivos que lhes são agradáveis.

Além do mais, as pessoas podem ser certas coisas "sem compromisso".

Podem ser católicas sem a obrigatoriedade de adotar os rituais e sacramentos de uma missa.

Da parte dos palestrantes, eles podem ser católicos sem usar a batina, podem ser santos sem precisar da burocracia da Basílica de São Pedro, em Roma.

Vira-se santo porque as pessoas gostam do "médium" ou do palestrante, e tudo é eleito na base da informalidade, da mera declaração.

É também permitido ser esotérico sem ser considerado ridículo pelo senso comum. Embora os "espíritas" fossem mais ridículos no seu esoterismo.

Você também, como "espírita", ser um péssimo entendedor de ciência, mas como outras pessoas também compartilham de seu pedantismo, tudo fica bem entre todos.

São vários apelos emotivos que garantem a permissividade.

O "espiritismo" brasileiro não é um primor de lógica, bom senso nem coerência.

Ele traiu o legado original de Allan Kardec. Deixem de fingir que isso não aconteceu.

Por isso, coerência, lógica e bom senso não são a praia dos "espíritas" brasileiros.

O que faz muitos serem "espíritas" é a mensagem água com açúcar do escritor palestrante, é a "filantropia de Lata Velha" do "médium espírita", que como canastrão da Filantropia, antecipou por décadas o Luciano Huck.

Tudo é agradável e desce macio. Mas ninguém pode dizer que isso é sinônimo de obter esclarecimento, alcançar o Conhecimento e ser amigo do Saber.

Deixem disso.

O que os "espíritas" gostam é do apelo agradável, como alguém que prefere água com açúcar do que comer uma boa salada.

Quer Conhecimento, Filosofia, Saber, Esclarecimento? Saia do "espiritismo" brasileiro.

Tais áreas do raciocínio humano não se marcam por mensagens agradáveis, assim como o valor nutricional de um alimento não se mede pelo gosto de açúcar nele contido.

Se as pessoas põem livros "espíritas" na sua cabeceira, é porque querem literatura água com açúcar e não se tornar mais inteligentes.

Vamos deixar de dissimulação, porque defender ideias nobres é o maior passatempo dos idiotas.

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