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De origem racional, Espiritismo no Brasil apela demais para a emoção. Pode isso? Não, não pode!

(Por Demétrio Correia)

O Espiritismo codificado por Allan Kardec era uma doutrina racional e que estimulava o raciocínio e o debate.

Mas no Brasil, apesar da alegada "fidelidade absoluta" com os ensinamentos originais, Espiritismo, no Brasil, é sinônimo de irracionalidade.

Notem bem o que ocorre nas atividades "espíritas" do Brasil.

Há um apelo muito forte para a emoção.

Os ditos "médiuns", na verdade anti-médiuns porque vivem do culto à personalidade, são envoltos em uma campanha de exagerada emotividade que produz multidões de fanáticos submissos.

A obra de Francisco Cândido Xavier é uma amostra de como o "espiritismo" brasileiro é irracional.

Chico Xavier apela o tempo todo: "não reclame, não questione, sofra em silêncio, ore calado, o silêncio é a voz dos sábios" etc.

Seu mentor Emmanuel está associado a uma ideia terrível: "tóxico do intelectualismo". No fundo, uma desculpa esfarrapada.

"Tóxico do intelectualismo" é uma falácia na qual se condena o debate e a investigação quando elas atingem interesses estratégicos de grupos religiosos.

O "espiritismo", com muito fingimento, diz aprovar a Ciência, o Conhecimento, o Saber, a Filosofia.

Mas os aprova nos limites mais inócuos, que não possam penetrar nos terrenos da "fé espírita".

Se a Ciência aprova os delírios e devaneios absurdos da "fé espírita", ela é aplaudida, louvada, exaltada com muito entusiasmo.

Mas se a Ciência questiona esses delírios e devaneios, é amaldiçoada, criminalizada, reprovada. Aí entra a desculpa do "tóxico do intelectualismo".

Só que não se fala no "tóxico da fé". Não se fala nos efeitos entorpecentes do "bombardeio de amor", do perigo mortal do endeusamento aos "médiuns espíritas".

Acreditar, que envolve o risco de compreensões equivocadas movidas pela convicção e pela paixão, é o entanto visto como um ato "positivo".

É mais fácil direcionarmos o raciocínio crítico a um debate em que mesmo as convicções pessoais estão na berlinda.

Mesmo assim, o "espiritismo", tão "amigo" da Razão, prefere criminalizar o debate, a crítica, o questionamento, a dúvida.

O próprio Allan Kardec aceitava que duvidassem dele, que o questionassem, que o investigassem, desde que a lógica e o bom senso estivessem em primeiro lugar.

O pedagogo falou: "se encontrar alguma coisa errada no Espiritismo, mediante argumentos lógicos e coerentes, melhor deixá-lo de fora e preferir a Ciência".

Mas, no Brasil, o que vemos? 

Por causa do efeito narcótico dos apelos emocionais, da choradeira sem limites que é pura "masturbação com os olhos", das orgias "mediúnicas" e "doutrinárias" das "casas espíritas", a Ciência e a Razão é que são deixadas de fora.

É uma overdose de emoção em doses e níveis preocupantemente narcóticos, tentadores como o sensualismo das orgias do sexo, das drogas e do dinheiro.

Afinal, são orgias da fé, da mistificação, da adoração doentia a totens religiosos, da submissão e da perda da Razão.

Isso é muito grave e mais deplorável ainda é acusar os questionamentos a tudo isso de serem "tóxico do intelectualismo".

Olhe só quem fala. Nas "casas espíritas" e, sobretudo nas "históricas" sessões "mediúnicas" de Chico Xavier, o que se via era o "tóxico da fé", um misto de transe, fascinação obsessiva, fanatismo religioso, cegueira emocional.

Isso, sim, é que é "tóxico", porque entorpece a percepção das pessoas, cega a emoção, atrofia o raciocínio.

Não adianta esconder a sujeira pelo tapete. Na prática é isso que acontece.

Paciência, somos animais racionais e não podemos jogar fora esse dom, oferecido pela Natureza, em favor de devaneios religiosos baratos.

Pouco importa a luz artificial dos apelos emotivos do "espiritismo" brasileiro. Eles não dão o sossego e a paz verdadeiros. A "paz sem voz" e a fragilidade das falsas energias elevadas, que se tornam as mais baixas diante do menor questionamento.

Em discussão entre "espíritas" e aqueles que não compartilham desta crença, observa-se que os mais raivosos tendem a ser os primeiros.

A cegueira emocional só traz a falsa paz, a falsa serenidade, a falsa alegria, a falsa superioridade moral.

Chega um pequeno questionamento e desmorona tudo. E aí vemos o quanto os "espíritas" se tornam baixos na sua cegueira emocional, no seu "tóxico da fé".

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