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Redes sociais ainda não entendem o que é o verdadeiro Espiritismo

(Por Demétrio Correia)

O que é o Espiritismo de verdade? Sem dúvida alguma, aquele que está de acordo com os ensinamentos originais de Allan Kardec.

Não tem como escapar disso.

Mas também não tem como tapar o Sol com a peneira, praticando traições doutrinárias em prol de devaneios igrejeiros  e fingindo fidelidade aos ensinamentos espíritas originais.

Nas redes sociais, onde a desinformação é generalizada e se torna ainda mais grave diante de pretensos donos da verdade que saem por aí defendendo o establishment, Espiritismo é uma grande confusão de conceitos.

Há gente achando que os deturpadores podem recuperar as bases doutrinárias.

Há quatro décadas tivemos Francisco Cândido Xavier e Divaldo Franco prometendo que iriam recuperar as bases doutrinárias originais e isso não passou de conversa para boi dormir.

De que adianta expor corretamente a teoria espírita num momento e, em outro, se esbaldar num igrejismo dos mais entusiasmados?

Que lição é essa que é descumprida na prática?

Chico Xavier e Divaldo Franco representam o Espiritismo bastardo, ou melhor, um "espíritismo", com aspas, para enfatizar a pretensão.

Católicos da gema, moralistas conservadores, propagandistas do sofrimento alheio, supostos médiuns de atividades duvidosas, eles só cresceram por causa da idolatria religiosa.

E os chamados espíritas, autênticos ou não, vivem num grande impasse.

Não podem mais manter aquele "balaio de gatos" da "fase dúbia" que misturava kardecianos e roustanguistas "arrependidos" sob o rótulo de "kardecismo".

Não podem mais misturar igrejismo e cientificismo, tentando fazer Sociologia com esoterismo.

E aí muitos ficam inseguros e indignados, sobretudo quando se questionam os supostos médiuns do "espiritismo" brasileiro, quando eles ficam ao lado de políticos conservadores.

Acham que esse questionamento é "difamação".

Não sabem explicar por quê, mesmo quando o conteúdo, em verdade, não seja difamatório.

Mas não se pode questionar os "médiuns". Eles são "intocáveis".

Eles têm que ser associados a tudo, principalmente na vanguarda, apesar do perfil retrógrado que nos faz ver Chico e Divaldo como fósseis dos anos 1930 e 1940.

As pessoas têm paixão demais e raciocínio de menos, apesar de fazerem "ginástica mental" para dar argumentos falsamente lógicos para suas convicções pessoais.

Como uma bola de neve, o Espiritismo foi deturpado em sucessivos processos que fizeram o legado kardeciano ser violentamente desmoralizado.

Sim, violentamente, pois o "bombardeio de amor", ou seja, uma coleção de apelos emotivos muito fortes e sedutores, é uma agressão que dá uma falsa sensação de conforto, comoção e serenidade.

O "bombardeio de amor" nem sentimento é, porque as impressões falsas de "energias elevadas", "amor profundo" e "alegrias e comoções" são apenas sensações, que já ocorrem mal porque são exageradas e deixam a consciência humana em transe.

Ou seja, o "bombardeio de amor" é alucinógeno.

Com o "bombardeio de amor", as pessoas são desarmadas de sua capacidade de raciocínio e discernimento.

Sem poder discernir as coisas, elas recebem valores igrejeiros, esotéricos e reacionários como se fossem "postulados espíritas originais".

Usa-se o nome de Jesus Cristo, como se ele corroborasse com esse engodo doutrinário, para forçar o apoio unânime das pessoas.

Agora muitas das pessoas que se deslumbram com isso se irritam diante de uma crítica ao "espiritismo" brasileiro, sobretudo atingindo os "médiuns".

Não sabem diferir alhos com bugalhos e ficam argumentando à toa, como se, desesperados, quisessem ter a posse da verdade ou, ao menos, da palavra final.

Num reduto de burrice como o Facebook e o WhatsApp, isso é muito perigoso.

Nesses ambientes digitais, há muita gente que quer argumentar demais o que não dá para argumentar.

Rebatem réplicas e tréplicas na ânsia de possuir a verdade, e, no caso do "espiritismo" brasileiro, querer blindar os "médiuns" em tudo.

Não sabem sequer o que vão fazer com Chico e Divaldo, mas querem que os dois comandem a recuperação dos postulados espíritas originais.

Assim não há postulado que seja recuperado, diante de tanta gente que quer deixar a bagunça como está.

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