(Por Demétrio Correia)
Por que, quando se questiona a deturpação que atinge a Doutrina Espírita, os deturpadores saem praticamente ilesos?
Até se admite que eles entenderam mal o legado de Allan Kardec, lançaram conceitos estranhos à Doutrina Espírita etc.
Mas são poupados porque "são bondosos".
São poupados "por causa da caridade", "porque ajudam muita gente", "porque salvaram vidas".
Tais alegações, sabemos, são mitos.
Afinal, os deturpadores do Espiritismo no Brasil quase nada ajudaram.
Usam a filantropia apenas para obter prestígio religioso, e os lugares onde se localizam as "casas espíritas" são justamente onde ocorrem vários dos maiores índices de violência no país.
Se a "filantropia" ajudasse mesmo, não haveria miséria e violência em áreas "protegidas" por esses supostos médiuns.
O grande problema também é o "culto à personalidade".
Aqui o "médium" é o centro das atenções. Tem prenome, nome do meio e sobrenome.
Tem biografia oficial cheia de "coisas lindas" e algumas "polêmicas" ou "dramas".
Viram até dublês de pensadores, e há quem pense que eles são "filósofos".
Na França dos tempos de Allan Kardec, os médiuns eram tão discretos que eram conhecidos apenas pelo sobrenome, precedido pelo vocativo de "senhor" ou "senhora", com as devidas abreviaturas.
Quanta diferença.
E aqui temos o "culto à personalidade" dos supostos médiuns.
O verniz de "humildade" garantido pelas paixões religiosas chega mesmo a omitir esse defeito do "culto à personalidade".
Mas esse "culto" acontece, com a adoração que todos pensam ser apenas uma "saudável" devoção.
Um balé de palavras lindas rodeia esse clima de adoração e tudo parece lindo.
Mas é mórbido.
As paixões religiosas ergueram muitos deturpadores da Doutrina Espírita ao pedestal.
E isso é tão perigoso quanto as orgias carnais, quanto à luxúria mórbida dos bacanais doentios.
Fala-se que os deturpadores promovidos a "médiuns adoráveis" abriram mão das fortunas e dos prazeres da Terra.
Tentam dar a impressão de humildade plena e simplicidade absoluta, que soam falsas.
Afinal, eles sonham com fortunas e prazeres, mas em outro lugar.
Sonham que serão promovidos reis da "pátria espiritual", esperam até receber de Jesus Cristo medalhas de honra ao mérito.
E as pessoas daqui cegas com o endeusamento desses "médiuns".
Um sentimento que parece dotado de energias elevadas, mas que mostram erupções de raiva desmedida diante do menor questionamento.
Esse é o efeito das paixões religiosas que blindam os deturpadores do Espiritismo, para desespero do espírito Erasto, que estaria envergonhado se visse a situação no Brasil.
Um aparato de bondade, simplicidade, amor, beleza e humildade é só uma embalagem.
No conteúdo, demonstrações de idolatria cega, de apego mórbido, de raiva adormecida pela anestesia da fé religiosa.
Poucos conseguem perceber o perigo que as paixões religiosas levam às pessoas.
Isso porque a maioria das pessoas está entorpecida por tais paixões. Mas isso tem que mudar, antes que a fé se transforme em perdição.
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