(Por Demétrio Correia)
Quanto o Brasil está muito atrasado em questão de percepção da realidade.
Um atraso de séculos, diga-se de passagem.
As pessoas não conseguem ver que mesmo os artifícios de aparente bondade podem ser traiçoeiros.
Os leigos não entendem o "espiritismo" deturpado que se esconde sob uma embalagem bastante agradável.
Muitos pensam que Allan Kardec foi um sacerdote de Lyon que pregava apenas a "fraternidade" igrejeira, e até seu intelectualismo tinha mais a ver com a visão litúrgica de "bondade".
Não estranham em ver quantas "casas espíritas" mantém um ambiente igrejeiro, são na prática igrejas sem pompa de ouro ou batina, catedrais fantasiadas de galpões, casas comuns, velhos casarões ou sobrados.
Não percebem o quanto o legado de Kardec foi tão distorcido que os efeitos danosos estão todos aí.
Os "espíritas" se contradizendo o tempo inteiro, desmentindo o que haviam dito de forma taxativa na véspera.
Usam o aparato de "caridade" apenas para camuflar tantas contradições, como se isso garantisse alguma desonestidade.
Mas não. Até porque essa "caridade", o Assistencialismo, está mais preocupada em expor a boa imagem do "médium benfeitor" do que em promover grandes progressos sociais.
Dizemos "grandes", porque o "espiritismo" brasileiro procura se projetar com pretensa grandeza.
Se for por essa propaganda, seria esperado que, nas mãos dos "espíritas", o Brasil alcançasse padrões escandinavos de vida.
Porém, isso não ocorreu. E o que se vê é um país em crise, que, a dois anos da tal "data-limite" (2019), não dá indício algum de melhoria plena.
O que teremos é apenas um cenário político medíocre, com algum político conservador no poder.
E uma sociedade brasileira que precisa rever completamente seus valores, não da forma como esperam os igrejeiros "espíritas".
Até porque eles é que têm que se rever, pois são tão adeptos do igrejismo de J. B. Roustaing, mas se autoproclamam "rigorosamente fiéis" a Allan Kardec.
Que "fidelidade" é essa que é marcada pela constante, irremediável e convicta traição?
O que sabemos é que bom-mocismo não esconde nem atenua a traição.
E agora é que surge a conta dos "espíritas" terem traído tanto Kardec.
O Espiritismo francês é bem diferente do brasileiro não pelas peculiares de cada nação, mas porque o de Kardec nunca optou pelo igrejismo.
Daí que muitos se chocam quando veem um Kardec que nada têm a ver com o que se imagina no Brasil.
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