(Por Demétrio Correia)
A crise do "espiritismo" brasileiro se torna cada vez mais aguda.
Mais uma vez as contradições em torno de uma doutrina de raiz roustanguista mas supostamente "fiel a Allan Kardec" vêm à tona.
E são inúmeras.
Vão desde a mediunidade fake que só serve para propagandismo religioso até o Assistencialismo que ajuda poucos pobres e só servem para a promoção pessoal do "médium" de ocasião.
Isso fora o igrejismo que transforma o "espiritismo" brasileiro num sub-Catolicismo de feições medievais.
Diante dessas contradições, até os questionadores menos vigilantes ficam apavorados.
"Peraí, pelo menos eles (os deturpadores) fazem o trabalho do bem, temos que admitir essa qualidade", dizem uns incautos, confundindo Assistencialismo com Assistência Social.
O Assistencialismo, que os "espíritas" praticam, apenas realiza ajudas pontuais, com resultados medíocres, inexpressivos, superficiais e, não raro, provisórios.
Só servem para a promoção pessoal do "médium", medíocre seguidor da Doutrina Espírita que precisa se esconder sob a capa de "corajoso ativista" e "grande filantropo".
A Assistência Social transforma a sociedade, mas ameaça os privilégios dos mais ricos.
E são os mais ricos que fornecem medalhas e diplomas para os "médiuns" com jeitão de palavreadores, excursionando o mundo inteiro com palestras verborrágicas de palavras adocicadas.
Ah, tanta sujeira existe nessa Torre de Babel a que se reduziu o "movimento espírita".
E quando mais uma crise vêm à tona, com as "casas espíritas" ficando mais vazias, seus dirigentes e palestrantes, incluindo os tais "médiuns", tentam repetir o mesmo discurso vazio.
Apelam para a "fraternidade" e, estufando o peito, dizem para "esquecer as divergências".
As sujeiras se acumulam e mais uma vez temos que escondê-las sob o tapete.
Desde o roustanguismo do Dr. Adolfo Bezerra de Menezes, as confusões do espertalhão Francisco Cândido Xavier, até as aventuras pedantes dos palestrantes "espíritas" mais recentes, que bajulam até o espírito de Erasto, ignorando seus avisos, o "espiritismo" acumulou sujeira demais.
E de tanta sujeira acumulada, o "espiritismo" virou uma podridão que contraria a embalagem até hoje "limpa" e "agradável" que a seita religiosa se apresenta aos leigos.
Isso é invencionice nossa? É papo de invejoso que "odeia o trabalho do bem"?
Não.
Se prestarmos bem atenção, Erasto faria críticas ainda mais enérgicas, deixando aqueles que se dizem seus simpatizantes bastante decepcionados.
A crise do "espiritismo" está aguda, e hoje parece insustentável os apelos que só funcionaram há 40 anos.
Os apelos de "sermos fraternos", "esquecermos as diferenças", "unirmos em torno de Kardec e não só estudar sua obra, mas vivê-la", entre tantas outras falácias, revelam-se inúteis.
Isso porque os conflitos, mascarados momentaneamente, sempre voltam, causando tanto mal-estar.
Conflitos que mostram o ridículo de tantos personagens "insuspeitos", desmascarados em suas fraudes e contradições.
Como se viu, explicitamente, com o próprio Chico Xavier no caso de Otília Diogo. Ou na defesa da ditadura militar num programa de TV.
Não dá mais para esconder isso e a sujeira acumulada não é mais sujeira, mas podridão.
Será que vamos apelar mais uma vez para o discurso da "fraternidade" e para a promessa vã de "aprender Kardec"?
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