(Por Demétrio Correia)
Que perigo o "espírita" falar em "inimigo de si mesmo".
Uma falácia supostamente trazida da filosofia oriental, através de interpretação leviana de uma metáfora.
Esquecemos de aberrantes imagens que se propagam sob o rótulo da religião.
Pessoas carregando a cruz, em ilustrações "bonitinhas".
Montagens de uma pessoa em duas posições, como se estivesse lutando contra si mesma.
Mensagens de suposta sabedoria falando para a pessoa "vencer a si mesma" e, movidas de emoção, apelando para "esse necessário combate".
Ah, quanto perigo dessa pregação tão traiçoeira.
Não adianta alegar que isso é metáfora, se o discurso é dado de forma direta, firme e taxativa.
No calor da declaração, o discurso é direto e feito ao pé da letra.
Sem explicações, apenas jogado na cara dura das palavras que ferem.
E são dadas, pasmem, por gente que se diz arauta da esperança e do otimismo.
Defendem a autoestima mas pregam a ideia do "inimigo de si mesmo".
Rejeitam o suicídio mas defendem a falácia de vencer a si mesmo.
Fazem tantas pregações neste sentido, achando que o sofrimento extremo e o abandono até dos talentos e necessidades humanas só leva as pessoas à prosperidade.
Ah, quanto o moralismo religioso pode levar tanta gente ao suicídio.
Os "espíritas" que pregam taxativamente o "amor ao sofrimento" e o "combate da pessoa contra si mesma" podem estar inspirando o suicídio que tanto afirmam reprovar.
Só que esse suicídio inspirado no moralismo severo acaba tendo o gosto amargo para os pregadores "espíritas", de um homicídio culposo.
A ideia de "inimigo de si mesmo" é inimiga do bem estar e do progresso individual.
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