(Por Demétrio Correia)
Muitos pensam que as contradições e sérias divergências que envolvem o "movimento espírita" no Brasil representam "diversidade" e "equilíbrio".
Observando o legado original de Allan Kardec, conclui-se que isso não é verdade.
Há muita confusão no "movimento espírita", por causa de tanta deturpação do conteúdo kardeciano.
E isso se deu a partir de Francisco Cândido Xavier.
O próprio Chico Xavier, católico ortodoxo, usurpador de mortos, causou muita confusão ao lançar obras fake usando os nomes de autores literários mortos.
Chico alimentou muito sensacionalismo, e só o currículo dele já desmerece todo o endeusamento que se dá a ele, mesmo o endeusamento dissimulado que o define como "humilde".
Ele criou tanta confusão que hoje qualquer um fez e faz o que quer com o legado kardeciano.
Há gente que diz que fulano foi reencarnação de cientista, padre, rei, mendigo etc.
Há o vazio doutrinário que tenta ser preenchido por palavras dóceis de enjoada pieguice.
Tem gente que diz que Chico foi "profeta", e tem quem renegue isso.
Há os roustanguistas assumidos e outros, envergonhados, que só leem J. B. Roustaing às escondidas, enquanto fingem serem "discípulos fiéis da obra de Allan Kardec".
Há quem evoque Ramatis, há quem evoque Pietro Ubaldi, há quem finja ser cientista ou filósofo e há quem coloque até Horóscopo na pauta "espírita".
Há quem defenda a Teologia do Sofrimento (ainda que nunca assuma essa teoria), e há quem se envergonhe dessa corrente católica medieval.
Há quem ache Emmanuel retrógrado demais, mas há outros que acreditam em sua "modernidade".
E, com tanta confusão, há quem acredite na tal "coerência espírita" dentro desse contexto.
Ora, onde há confusão, a coerência não encontra morada. Nem adianta insistir.
E, com tanta confusão, há quem acredite na tal "coerência espírita" dentro desse contexto.
Ora, onde há confusão, a coerência não encontra morada. Nem adianta insistir.
Se verificarmos as contradições do "movimento espírita" ao longo dos tempos, veremos que elas são do mais alto grau de gravidade.
Não se pode definir um furacão como uma leve brisa, se os efeitos do mesmo são devastadores.
As confusões do "espiritismo" brasileiro, muitas feitas pelos seus maiores astros, tiveram efeitos extremamente graves e arruinaram o legado de Allan Kardec.
Isso se comprova com fatos e não são meras especulações.
Os defensores do "espiritismo" é que ficam apavorados, pedindo relativização a tudo.
De relativização em relativização, deixa-se tudo como está e o que vemos, sob o rótulo de "fraternidade espírita", é uma grande podridão escondida sob o tapete.
Para piorar, os envolvidos em tantas e tão graves confusões ainda querem falar em defender "um único Espiritismo, o de Kardec", mas fazem "espiritismo à moda da casa".
Há quem critique a "vaticanização" do Espiritismo, mas que em verdade pratica, com muito gosto, aquilo que diz condenar.
Ah, tantas e tantas confusões que dariam em um enorme livro de milhares de páginas.
O quanto o "espiritismo" brasileiro se reduziu a uma bagunça, a um caótico sub-Catolicismo de essência medieval.
Confunde-se a confusão com a diversidade, a contradição com o equilíbrio.
Era isto que, ainda nos tempos de Allan Kardec, o espírito Erasto queria prevenir.
O Brasil ficou surdo a Erasto e não quer largar o osso da deturpação espírita.
Os deturpadores logo reagem com Ad Passiones, a falácia das "belas palavras" e das "lindas mensagens".
Tentam calar os contestadores com fotos de crianças pobres sorrindo, ilustrações de coraçõezinhos fofos ou imagens de céus azuis ensolarados ou de bosques floridos.
Tudo parecendo lindo, mas é um desvio de foco.
De que adianta corações vermelhos e fofos como cerejas, se a podridão do "movimento espírita" exala seu forte fedor nos bastidores?
A crise do "espiritismo" brasileiro só tem a aumentar diante de tanta confusão.
Daí ser inútil apelar para a "fraternidade", "esquecer as desavenças" e "unirmos por Kardec e Cristo".
Isso é papo furado para aceitar o poderio dos deturpadores e a aceitação de seus abusos e contradições, que são tantas que os próprios deturpadores se contradizem entre si, também.
O jeito é aceitar que o Titanic "espírita" vá se chocar com o icebergue da realidade.
Não somos nós que falamos isso, são os "espíritas" que, com suas atitudes e posturas equivocadas ao longo do tempo, deixaram seu Titanic doutrinário se dirigir ao obstáculo fatal.
Agora são eles que terão que orar pela adversidade que lhes atingirá. Logo eles, que sempre adoraram que nós fiquemos suportando adversidades sem poder sequer gemer de dor.
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