Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de janeiro, 2017

Que "bondade" que faz com que deturpadores fossem absolvidos?

(Por Demétrio Correia) Muito estranho o Brasil em que vivemos. Na França, denuncia-se a deturpação do Espiritismo e, embora haja quem caísse nesta armadilha, ninguém vira espírita autêntico por causa disso. No Brasil, a deturpação é bem sucedida, cresce, se agiganta, e há quem acredite que se podem recuperar os postulados espíritas originais endossando os deturpadores. A desculpa é sempre essa: "bondade", "caridade", "lições de paz e fraternidade". Como muitos de nós são tão tolos! Que "bondade" é essa que inquieta tanta gente diante de tamanhos questionamentos? De repente, podemos até ser idiotas, se isso favorecesse a reputação de Francisco Cândido Xavier e Divaldo Pereira Franco. Podemos botar a ética, a lógica e o bom senso no lixo, em nome da "caridade". E isso faz com que tenhamos que questionar, mais ainda: que "bondade" é essa que, quando é questionada, causa tanto incômodo? P

Truculência na Internet derruba perspectivas sociais do "espiritismo" brasileiro

(Por Demétrio Correia) Nos últimos anos, a onda de ódio e reacionarismo na Internet desafiou até os mais otimistas da chamada Revolução Digital. Muitos imaginavam que a Internet representaria um paraíso de progresso social e debate humanista. Mas ocorreu o contrário. Há uma onda de reacionarismo, vinda sobretudo de pessoas com surpreendente aparência de "modernos". Gente que parece universitário comum, surfista, skatista , rapper , é cheio de tatuagens, fala palavrão, são grupos de jovens bem transados, moças e rapazes com o visual na moda. Tudo isso com um reacionarismo de quem parece ainda viver no século XII, em plena Idade Média. E o dado chocante é que é um pessoal que fica em casa usando computador ou permanece na bebedeira, pessoas que ninguém julgaria serem do mais extremo reacionarismo. Mas são. Essas pessoas são "patrulheiros" do estabelecido ou portadoras dos mais canhestros preconceitos sociais. Defendem de tudo: ôn

Esquerdas erraram ao apoiar Chico Xavier. Foram enganadas por ele

(Por Demétrio Correia) Iludidos pela aparência de caipira frágil movida pelo prestígio religioso, as esquerdas se iludiram com Francisco Cândido Xavier. As forças progressistas ou mesmo indivíduos ateus de mentalidade relativamente avançada, passaram a endeusar o "médium" sem motivo. Eram iludidos pelo aparato de "bondade" que Chico Xavier, artífice da falácia do "apelo à emoção", conseguiu exercer. Uma revista sindical, em 1958, iludida com o maniqueísmo entre o "reformista" (sic) Chico Xavier e o império das Organizações Globo (então O Globo e Rádio Globo; a TV Globo era só uma concessão prevista no papel), apoiou o "médium". No episódio de Amauri Xavier Pena, estranhamente morto em 1961, um palestrante "espírita" chegou a escrever um artigo rancoroso  contra o jovem rapaz. O que demonstra que as "elevadas energias" dos "espíritas" são mito. Quando podem, eles despejam raiva

Precisamos reeducar a emotividade no Brasil

(Por Demétrio Correia) Os "espíritas" precisam ser reeducados emocionalmente. Eles se tornaram vulneráveis à falácia chamada Ad Passiones, o "apelo à emoção". Antes do resto do mundo, acabaram desenvolvendo a pós-verdade, um repertório de ideias e concepções em que as convicções emocionais e subjetivas valem mais do que a realidade lógica da vida. Na pós-verdade, mentiras passam a ter status de "verdades indiscutíveis", diante de falsos argumentos que envolvem motivos aparentemente pragmáticos ou causas paliativas supervalorizadas. Junto à pós-verdade, temos a pós-ética e a pós-lógica. Na pós-ética, qualquer delito ou corrupção é válido se for feito "pela caridade". Na pós-lógica, os fenômenos religiosos "sempre escapam" dos "limites da compreensão humana". No caso da pós-ética, admite-se até irregularidades na psicografia ou na pictopsicografia (pintura mediúnica), por exemplo, em nome das "mensagens d

A falácia que protege os "espíritas"

(Por Demétrio Correia) O "espiritismo" brasileiro é deturpado, pois rompeu com o legado original de Allan Kardec ao assumir o igrejismo de bases roustanguistas. Mas também é uma religião dissimulada. Nas últimas décadas tenta fingir que voltou às boas com Kardec. Tenta convencer, afinal, os deturpadores da Doutrina Espírita têm uma falácia uma carta nas mangas. É a falácia do Argumentum Ad Passiones, ou Ad Passiones, o "apelo à emoção". As pessoas não percebem que é isso que se leva em conta quando se fala que os "espíritas" deturpam, mas "praticam bondade". É um apelo à emoção que durante muitos anos protegeu e fortaleceu Francisco Cândido Xavier. Sabe-se, pelo menos quem entende mesmo de Espiritismo, que Chico Xavier foi um dos piores deturpadores da história da Doutrina Espírita do mundo. Realizou pastiches e plágios literários, participou de fraudes de materialização, defendeu a ditadura militar, fez juí

Por que o "espiritismo" brasileiro nunca assumiu formalmente a Teologia do Sofrimento?

(Por Demétrio Correia) Por que o "movimento espírita" não assume, no discurso, sua inclinação à Teologia do Sofrimento? Por que até agora não há uma representação oficial brasileira dessa corrente medieval da Igreja Católica? Sabe-se que a Teologia do Sofrimento consiste em ver a desgraça humana como um "caminho para os céus". É uma doutrina do "quanto pior, melhor". Quanto mais desgraças, mais fácil o caminho para as "bênçãos futuras". É como se a vida material fosse uma competição militar, e a pessoa fosse obrigada a suportar e enfrentar tudo com paciência. Muitos "espíritas", mais sádicos, até dizem para suportar o sofrimento com alegria. "Trabalhe e confie", "Não reclames", "Sofra sem mostrar sofrimento", "Na pior das dificuldades, veja a beleza da Natureza", são os apelos que se vê no "espiritismo" brasileiro. E tudo isso vindo a partir do &quo

Por que Humberto de Campos NUNCA teve contato com Chico Xavier?

(Por Demétrio Correia) Humberto de Campos NÃO está associado, em nenhum momento, a Francisco Cândido Xavier. Não adianta insistir. Comprovadamente, Humberto de Campos nem de longe estabeleceu algum vínculo ou parceria com Chico Xavier. Declaração de católicos revoltados? De acadêmicos tomados de "paixões obsessivas"? Não. A constatação é feita sem ódio e com o mais puro espírito de isenção. Quando dissemos que Humberto de Campos nunca esteve por trás das supostas psicografias que levam seu nome, isso é fruto de paciente análise e avaliação completamente imparcial. Confrontamos os livros que Humberto de Campos produziu em vida, mesmo os de publicação póstuma, com os da suposta psicografia que levam seu nome. Lemos os textos das duas bibliografias, com o máximo de atenção, sem o comodismo emocional daqueles que leem só por um ligeiro entretenimento. Constatamos, mediante análise bastante cautelosa e paciente, que os estilos das duas biblio

Caridade paliativa e a "bondade" espetacularizada

(Por Demétrio Correia) As pessoas aceitam as deturpações do "espiritismo" brasileiro por um simples motivo. Os deturpadores, "pelo menos", estão associados a ideia de "amor e bondade". É como se fosse possível ser desonesto, equivocado e bondoso ao mesmo tempo. Estão acostumados com o entretenimento de ouvir palavras bonitas em palestras das "casas espíritas" e depois visitar seus aposentos e ver pessoas aparentemente assistidas pela caridade. No entanto, essa "bondade", tão alardeada e festejada há muitos anos, pouco ajudou de verdade. Se realmente ajudasse, o Brasil teria atingido um impressionante estágio de desenvolvimento, a começar pela aparentemente alta reputação dos "espíritas". Mas o Brasil sucumbiu a retrocessos profundos, e não houve ação de ídolo "espírita" que tivesse feito algum referencial na tentativa de resolver as injustiças sociais. Palavras bonitas não matam fom

"Espíritas" se esquecem que são vítimas de "fascinação"

(Por Demétrio Correia) Os "espíritas" brasileiros possuem uma triste peculiaridade. São tomados de sentimentos igrejistas, de uma emotividade piegas e de uma concepção igrejeira de moral e caridade, como se a bondade fosse um subproduto da Religião. Acham natural a catolicização da Doutrina Espírita, mesmo quando se põe em risco a validade lógica dos postulados de Allan Kardec. A desculpa de que a deturpação do Espiritismo não põe em risco os "ensinamentos cristãos" deixa todos muito tranquilos. E o "espiritismo" brasileiro publica uma avalanche de contradições que ameaçam o legado kardeciano e as pessoas nem se preocupam. O endeusamento dos supostos médiuns, que por si mesmos já corrompem e distorcem a atividade mediúnica dos tempos de Kardec, é um sintoma muito grave. Sabe-se que os médiuns, na época de Kardec, eram pessoas discretas, quase anônimas, existiam em pequena quantidade porque a atividade era muitíssimo específ

Somos "irmãos" ou somos "gado"?

(Por Demétrio Correia) No "espiritismo" que deturpa o legado de Allan Kardec, há um apelo mais constante. Um apelo aparentemente voltado à "fraternidade" e à "paz". À primeira vista, muito bem intencionado. Mas do modo como é feito, o apelo não resolve os conflitos existentes na natureza humana. Basta o sofredor aguentar uma avalanche de desgraças e perdoar o algoz pelos seus abusos? A pessoa é acuada e oprimida pelas circunstâncias nas quais ela perde o controle e ela tem que aguentar tudo com felicidade e esperança? Os "espíritas" não sabem o que é uma pessoa sofrer demais e se tornar amargurada e rude por isso. E a partir desses infortúnios a pessoa, sufocada em sua individualidade, cria preconceitos, neuroses, rejeições. Responde aos infortúnios da pior forma, porque não conseguiu dominar as circunstâncias e afastar o mau agouro. Os conflitos surgem porque pessoas são acuadas e aí não há apelo "

"Espiritismo" e a facilidade de "recolher" artistas aqui e ali

(Por Demétrio Correia) Uma das maiores incoerências do "movimento espírita" é a suposta chamada de espíritos diversos para um evento cultural. Espíritos de diferentes procedências, de diferentes épocas, diferentes lugares. De repente, atribui-se a todos eles, com surpreendente facilidade, a presença em um evento artístico numa "casa espírita". Bom demais para ser verdade. E isso, apesar de parecer lindo, é desprovido de lógica. Não dá para reunir os supostos espíritos de diversas origens numa pintura mediúnica ou numa antologia poética. Não dá para insistir nisso. A lógica da vida, aqui na Terra, já nos explica de tamanha impossibilidade. Lembre-se de pessoas de cerca de 40 anos quando tentam reunir colegas de escola da adolescência para uma festa de reencontro. Suponhamos que eles queiram reunir a turma toda que havia cursado junta 30 anos atrás e que essa turma era composta de 40 alunos. Seria fácil reunir todo mundo

"Espiritismo" despreza a individualidade humana

(Por Demétrio Correia) O "espiritismo" brasileiro, sabemos, é deturpado.  A doutrina preferiu ser mais uma forma paralela e informal de Catolicismo. Aproveitou os conceitos medievais descartados pelos católicos. Mas, destes, descartou ritos e práticas considerados "pomposos demais" e dogmas "excessivamente fantasiosos". Tornando-se uma religião conservadora, apesar da roupagem "moderna" e "intelectualizada", o "espiritismo" brasileiro cria hábitos estranhos e nem sempre assumidos. É o caso do desprezo à individualidade humana. Ele se dá, pelo menos, em duas formas principais. Uma é relacionada às mensagens ditas "mediúnicas", e serve para tentar afastar acusações de fraudes. A desculpa da "linguagem universal do amor". Ou a falácia de que o suposto espírito estava tão "tomado de sentimentos de amor e fraternidade" que se esqueceu do seu próprio talento.

Parábola do homem escorraçado

(Por Demétrio Correia) Imagine um anfitrião que convida uma pessoa para passar um fim de semana em sua casa. Em aviso hospitaleiro, chama-se o referido cidadão para generosa oferta, prometendo uma estadia saudável e animada. Chegando o cidadão, ele é cumprimentado pelo anfitrião e se instala na casa, pondo seus pertences no quarto e trocando a roupa para usar um traje mais à vontade. No entanto, ele passa a receber maus tratos. A cama é quebrada, o colchão, desconfortável. O quarto, mofado e com baratas. O armário, com uma colônia de cupins capaz de devorar até um saco de plástico. O cidadão é hostilizado pelos familiares do hospedeiro, que o humilham sem dó. No quintal, um cão rottweiler  bem feroz está à solta, e, às vezes, ele chega mesmo a entrar no recinto da casa, ameaçando os presentes. A comida é péssima, de sabor horrível e feita sem higiene. No banheiro, não dá para fazer as necessidades biológicas porque o vaso sanitário entope. A torne

Por que o "espiritismo" causa tanto azar?

(Por Demétrio Correia) O "espiritismo" dá muito azar. Essa constatação choca as pessoas e, como sempre, leva muitos às lágrimas. Essas pessoas acusam tal constatação de "injusta" e "exagerada". Mas ela ocorre, sim. Há muitos relatos de pessoas que foram fazer tratamentos espirituais, assistir a doutrinárias ou ler livros "espíritas" e se deram mal na vida. Rapazes vendo desaparecer no caminho moças com afinidade para uma relação amorosa recíproca. Homens ganhando na loteria e perdendo tudo para um estelionatário. Idosas indo para doutrinárias, com devoção e louvor, e vendo suas jovens filhas morrerem de repente, num acidente vindo do nada. Jovens indo para reuniões juvenis e depois serem visados por assaltantes enfurecidos. Pessoas recorrendo a tratamentos espirituais para depois serem vítimas de sérios casos de cyberbullying , que criam complicações até para denunciar os agressores. Homens sendo per

Malcolm Muggeridge reinventou Chico Xavier

(Por Demétrio Correia) Você considera Chico Xavier "maior símbolo de amor e bondade" do Brasil? Você define Divaldo Franco como "maior filantropo do Brasil"? Você endeusa José Medrado, que pinta quadros pseudo-mediúnicos, e João de Deus, "médium cirúrgico" com medo de fazer cirurgia de si mesmo? Agradeça o jornalista inglês Malcolm Muggeridge. Católico, o jornalista da BBC de Londres realizou um documentário sobre Madre Teresa de Calcutá. Chamava-se Algo Bonito para Deus , em inglês Something Beautiful for God , e foi lançado em 1969. O documentário foi pioneiro no marketing  da caridade e criou os paradigmas da bondade espetacularizada, feita mais para impressionar plateias do que ajudar os necessitados. Graças ao documentário, Madre Teresa foi promovida a uma imagem de "santa", que garantiu a canonização pelo Vaticano, de maneira bastante risível. Afinal, para a canonização, o Vaticano determina a ocorrênc