(Por Demétrio Correia)
O "espiritismo" é tão deturpado que ensina tudo errado.
E isso se vale nos conceitos de desapego e desobsessão.
Seus adeptos são induzidos a abrir mão do necessário.
Se desapegam àquilo que mais necessitam, mas se apegam ao supérfluo e, em muitos casos, ao fútil.
Mantém se obsediados pela própria natureza deturpatória da doutrina e, o que é pior, são apegados e obsediados pelos ídolos religiosos do "movimento espírita".
Sim, são aqueles que, ditos "médiuns", se beneficiam pelo "culto à personalidade".
Quem falou Francisco Cândido Xavier e Divaldo Pereira Franco, ou melhor, Chico Xavier e Divaldo Franco, acertou.
Os dois são os maiores deturpadores da Doutrina Espírita.
Parece cruel defini-los como "inimigos internos do Espiritismo", mas os livros que eles lançaram mostram ideias que entram em conflito com o pensamento de Allan Kardec.
Não há como atribuir os deslizes ideológicos a "espíritos mistificadores", porque a visão igrejista era apoiada, com todo o gosto, pelos dois "médiuns".
Eles não o fizeram por acidente ou incompreensão. Deturparam Kardec porque quiseram e devem ambos serem responsabilizados diretamente por isso.
Mas aí é que entra a obsessão dos brasileiros por Chico e Divaldo.
Dominados pela "mística da bondade", que revela uma "bondade" mais espetacularizada do que benéfica, eles têm alta complacência aos dois "médiuns", um deles já falecido.
Isso os faz consentir com todos os erros cometidos pelos dois.
Mesmo aqueles que ensaiam uma tímida preocupação em recuperar os postulados originais de Kardec consentem com os dois "médiuns", sem apresentar motivo concreto para isso.
Dizem que eles "são bondosos" e acabou.
Não chegam mesmo a questionar que "bondade" é essa que glorifica tanto dois senhores que cometeram a crueldade da desonestidade doutrinária.
Afinal, os dois já fizeram mal divulgando como "kardecianas" ideias que contrariam severamente o pensamento de Allan Kardec.
Por outro lado, Chico e Divaldo cometem procedimentos que se encaixam na definição de "inimigos internos da Doutrina Espírita", segundo os textos originais da obra de Kardec.
A "carteirada religiosa" do "amor e bondade" mais parece uma mantra, movida a uma mística que soa a persuasão publicitária.
Esquecemos que muito desse mito "filantrópico" de Chico e Divaldo foi criado pela mídia hegemônica, a partir da Rede Globo de Televisão.
A Globo usa o "espiritismo" brasileiro para concorrer, sem fazer alarde, com os apelos neopentecostais da Rede Record.
Há muito a Globo usou Chico Xavier para frear a ascensão de Edir Macedo e R. R. Soares.
Daí que inventaram aquela coisa de "filantropia", que criou uma concepção de "bondade" que se reduz a um subproduto da religião.
As pessoas, movidas por essa mística religiosa, se apegam a Chico Xavier e Divaldo Franco de tal forma que se tornam prisioneiras e escravas do carisma deles.
Esquecem que eles, só como deturpadores do Espiritismo, não merecem o menor crédito.
A obsessão e o apego a eles, que revela reações doentias de seus seguidores, acaba revelando alguns absurdos.
Como, por exemplo, a ilusão de que pessoas podem se sentir dotadas de "energias elevadas" quando se apegam a Chico Xavier e Divaldo Franco.
Essa ilusão, evidentemente, se desfaz como pó, quando chiquistas e divaldistas são contestados, mesmo de maneira construtiva.
Reagem como feras, ou vêm com ironias.
No primeiro caso, é chocante ver os chiquistas mudarem de suas "energias elevadas" para ataques de fúria e desequilíbrio mental.
No segundo caso, é quase a mesma coisa, mas as reações se dissimulam pela ironia.
"O irmão está alterado", diz um chiquista, este sim um alterado psicológico, àquele que contesta qualquer coisa relacionada a Chico Xavier.
O mesmo com divaldistas.
Um sujeito que se infiltrou numa comunidade de ateus nas mídias sociais (deve ser proselitismo religioso), insistiu em glorificar Divaldo Franco como "maior filantropo do mundo".
Quando se apresentou dados concretos de que a "filantropia" de Divaldo Franco não ajudava sequer um por cento da população de Salvador, quanto mais a brasileira, o cara não gostou.
Achou que era uma "desculpa" para "diminuir a caridade de Divaldo".
Quando se definiu como inócua e inexpressiva a "pedagogia" da Mansão do Caminho, que apenas ensina a "ler, escrever e trabalhar", o divaldista achou que isso "já é muita coisa".
Só que essas finalidades são simplórias, e feitas sob a roupagem da religião, sem preparar o cidadão para compreender criticamente o mundo em que vive.
Foi preciso que se divulgasse o projeto da Escola Sem Partido que, embora de origem evangélica, em nada difere do projeto da Mansão do Caminho, para entendermos as armadilhas da Educação.
A fé religiosa, quando exagerada e posta acima da realidade, cria apegos e obsessões cruéis.
As pessoas vivem a ilusão de estarem com "energias elevadas", quando tudo está de acordo com o que elas acreditam.
À menor contestação, seus nervos fervem e disparam ataques ou ironias.
Nem que seja para fingir equilíbrio emocional e dizer que o "irmão" é que "está alterado".
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