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Caridade paliativa e a "bondade" espetacularizada

(Por Demétrio Correia)

As pessoas aceitam as deturpações do "espiritismo" brasileiro por um simples motivo.

Os deturpadores, "pelo menos", estão associados a ideia de "amor e bondade".

É como se fosse possível ser desonesto, equivocado e bondoso ao mesmo tempo.

Estão acostumados com o entretenimento de ouvir palavras bonitas em palestras das "casas espíritas" e depois visitar seus aposentos e ver pessoas aparentemente assistidas pela caridade.

No entanto, essa "bondade", tão alardeada e festejada há muitos anos, pouco ajudou de verdade.

Se realmente ajudasse, o Brasil teria atingido um impressionante estágio de desenvolvimento, a começar pela aparentemente alta reputação dos "espíritas".

Mas o Brasil sucumbiu a retrocessos profundos, e não houve ação de ídolo "espírita" que tivesse feito algum referencial na tentativa de resolver as injustiças sociais.

Palavras bonitas não matam fome, e ações paliativas apenas resolvem parcialmente.

Além do mais, os mesmos pobres reaparecem para eventos filantrópicos. Se eles reaparecem, é porque a caridade não resolveu. Ela foi em vão.

O que muitos pensam ser "bondade" é apenas a caridade paliativa.

É a "bondade" como espetáculo.

Ela é feita mais para fazer propaganda, impressionar e comover as massas, do que realmente para fazer ajudas definitivas às pessoas.

Ela é feita mais para dar cartaz ao filantropo do que a ajudar um número de pessoas.

Isso tanto é verdade que as pessoas estão muito mais preocupadas em defender o "benfeitor" do que em reconhecer quem foi beneficiado.

Quantos beneficiados? Qual o alcance de benefícios? Eles são definitivos ou provisórios? Eles são amplos e abrangentes? Eles são incondicionais?

Isso não importa para os "espíritas". O que importa é o "benfeitor", a "vitrine" humana da "bondade" espetacularizada.

Essa visão de "bondade" revela muitos equívocos.

Primeiro, por essa ideia ser vinculada a uma instituição religiosa.

Isso já contraria o caráter espontâneo da bondade. Ela só tem sentido, no caso, se estiver vinculada a alguma prática religiosa.

Segundo, é uma "bondade" que mais parece espetáculo de entretenimento do que um ato de solidariedade.

É apenas uma "bondade" que encaixa perfeitamente para a propaganda de uma "casa espírita".

Mas ela traz muito poucos efeitos em termos de ajuda ao próximo.

Se realmente essa "bondade" trouxesse efeitos definitivos e amplos, nosso país seria diferente da indigência social que hoje temos.

Não há como fugir disso.

Deixemos de idolatria e sonho.

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