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Por que o "espiritismo" brasileiro nunca assumiu formalmente a Teologia do Sofrimento?

(Por Demétrio Correia)

Por que o "movimento espírita" não assume, no discurso, sua inclinação à Teologia do Sofrimento?

Por que até agora não há uma representação oficial brasileira dessa corrente medieval da Igreja Católica?

Sabe-se que a Teologia do Sofrimento consiste em ver a desgraça humana como um "caminho para os céus".

É uma doutrina do "quanto pior, melhor".

Quanto mais desgraças, mais fácil o caminho para as "bênçãos futuras".

É como se a vida material fosse uma competição militar, e a pessoa fosse obrigada a suportar e enfrentar tudo com paciência.

Muitos "espíritas", mais sádicos, até dizem para suportar o sofrimento com alegria.

"Trabalhe e confie", "Não reclames", "Sofra sem mostrar sofrimento", "Na pior das dificuldades, veja a beleza da Natureza", são os apelos que se vê no "espiritismo" brasileiro.

E tudo isso vindo a partir do "maravilhoso" Francisco Cândido Xavier, o Chico Xavier.

Isso é Teologia do Sofrimento. Veja o que os católicos defensores dessa corrente dizem e verá os mesmos argumentos.

E por que os "espíritas" nunca assumiram isso até agora, apesar das ideias explicitamente ligadas a esta corrente?

É porque a dissimulação é uma prática muito comum no país.

Deturpou-se a Doutrina Espírita para nela abrigar um ideário do Catolicismo medieval.

Mas essa deturpação só chegou a ser admitida pelo alto clero da FEB.

Nos últimos anos, ela foi mais enrustida ainda, porque os igrejistas de hoje acham que sentem "respeito rigoroso" e "fidelidade absoluta" aos postulados originais de Allan Kardec.

Na prática, não sentem. Nem um pouco.

Como eles têm que dar a impressão de que são intelectualizados, progressistas e modernos, os "espíritas" não podem assumir a Teologia do Sofrimento.

É como aquelas pessoas que mostram ideias retrógradas claramente, mas nunca as assumem.

A prática tenta ser renegada por falsas posturas feitas só para não assustar a sociedade.

Daí que o "espiritismo" nunca assumiu, formalmente, a Teologia do Sofrimento, apesar de demonstrar sua inclinação a esta corrente.

E é provável que nunca assumirá, dentro do espírito de hipocrisia que, infelizmente, domina o nosso país.

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