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Esquerdas erraram ao apoiar Chico Xavier. Foram enganadas por ele

(Por Demétrio Correia)

Iludidos pela aparência de caipira frágil movida pelo prestígio religioso, as esquerdas se iludiram com Francisco Cândido Xavier.

As forças progressistas ou mesmo indivíduos ateus de mentalidade relativamente avançada, passaram a endeusar o "médium" sem motivo.

Eram iludidos pelo aparato de "bondade" que Chico Xavier, artífice da falácia do "apelo à emoção", conseguiu exercer.

Uma revista sindical, em 1958, iludida com o maniqueísmo entre o "reformista" (sic) Chico Xavier e o império das Organizações Globo (então O Globo e Rádio Globo; a TV Globo era só uma concessão prevista no papel), apoiou o "médium".

No episódio de Amauri Xavier Pena, estranhamente morto em 1961, um palestrante "espírita" chegou a escrever um artigo rancoroso contra o jovem rapaz.

O que demonstra que as "elevadas energias" dos "espíritas" são mito.

Quando podem, eles despejam raiva como feras descontroladas.

E o artigo em questão foi publicado por um periódico de esquerda.

Poucos percebem que Chico Xavier era um indivíduo de direita.

Tanto que o católico que acusava Parnaso de Além-Túmulo de ser uma farsa criada por editores da FEB, Alceu Amoroso Lima, passou à frente de Chico Xavier.

Conservador, Amoroso Lima, conhecido também pelo pseudônimo Tristão de Ataíde e ligado ao Centro Dom Vital, apoiou o golpe de 1964, como Chico Xavier também apoiou.

Mas Alceu se desiludiu e migrou para a oposição. Em 1971, o intelectual católico já defendia a redemocratização do país.

Chico Xavier, que tem fama de "progressista" por nada, foi naquele ano para um programa de grande audiência, o Pinga-Fogo da TV Tupi de São Paulo, defender a ditadura militar.

O "misericordioso homem" esculhambava operários e camponeses como se fosse um político da UDN, partido "extinto" pela ditadura e, na prática, transformado em ARENA.

E pedia para orarmos com fé para os generais que estavam "construindo um reino de amor do futuro".

Um "reino de amor" construído com banhos de sangue?

Talvez tenha faltado ao "purificado homem" dizer que os torturados e mortos da ditadura cumpriam "resgates espirituais", provavelmente por terem sido "romanos sanguinários", sob a ótica moralista dos "espíritas".

Recentemente, um blog de uma moça que se declarava comunista endeusou Chico Xavier.

Ingênua - Chico Xavier rejeitava o comunismo - , ela ainda disse que o filme As Mães de Chico Xavier havia sido boicotado pela grande mídia.

Como assim? O filme é uma co-produção da Globo Filmes, dos mesmos donos da Rede Globo!

Tem até linguagem de novela global! Como uma moça pôde cometer uma ingenuidade dessas?

Ela não viu o Pinga-Fogo ao menos nos vídeos do YouTube?

Chico Xavier tem fama de "progressista" por nada. Se observarmos bem, suas frases revelam um conservadorismo moralista assustador.

Ele defendia que o "silêncio" é a "voz da sabedoria". Queria que ninguém reclamasse. Pedia para as pessoas sofrerem sem mostrar sofrimento. Não gostava de ver gente questionando.

Não bastasse, com tais posturas, Chico Xavier contrariar Allan Kardec, que sempre estava disposto ao debate, o "médium" tão adorado pelos brasileiros chegava a ser reacionário de tão moralista.

Um cara que gostaria de ver sofredores calados e resignados não pode ser considerado "progressista".

Só por causa do aparato de "bondade" e "caridade"?

As esquerdas erraram feio com isso. Se enganaram com a aparência frágil do "bom velhinho".

Se esqueceram que muita "gente simples" do interior pode ser, também, ultrarreacionária.

O interior, principalmente, tem um histórico de supremacia de forças conservadoras, em toda parte do Brasil.

Não nos iludamos com a aparência. De complacência em complacência, muitas pessoas constroem a sua própria tragédia.

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