(Por Demétrio Correia)
O "espiritismo" brasileiro é deturpado, pois rompeu com o legado original de Allan Kardec ao assumir o igrejismo de bases roustanguistas.
Mas também é uma religião dissimulada.
Nas últimas décadas tenta fingir que voltou às boas com Kardec.
Tenta convencer, afinal, os deturpadores da Doutrina Espírita têm uma falácia uma carta nas mangas.
É a falácia do Argumentum Ad Passiones, ou Ad Passiones, o "apelo à emoção".
As pessoas não percebem que é isso que se leva em conta quando se fala que os "espíritas" deturpam, mas "praticam bondade".
É um apelo à emoção que durante muitos anos protegeu e fortaleceu Francisco Cândido Xavier.
Sabe-se, pelo menos quem entende mesmo de Espiritismo, que Chico Xavier foi um dos piores deturpadores da história da Doutrina Espírita do mundo.
Realizou pastiches e plágios literários, participou de fraudes de materialização, defendeu a ditadura militar, fez juízos de valor e cometeu falsidade ideológica.
Mas Chico Xavier, por trás daquela figura frágil de caipira e, depois, de velhinho doente, foi um espertalhão que aproveitou toda oportunidade para praticar seu arrivismo religioso.
Sabia de técnicas de ilusionismo, hipnose e persuasão e ainda se valia do sentimentalismo católico para convencer as pessoas a adorá-lo.
E ele usava muito técnicas como o Argumentum Ad Passiones.
Toda vez que ele recebia questionamentos e contestações severas, ele ficava quieto. Fazia pose de vítima, escondia a cara sob as mãos simulando choro e apelava para o coitadismo em seus argumentos.
Era um meio de arrancar comoção fácil das pessoas.
Isso é muito perigoso, porque a partir daí Chico Xavier, como um deturpador já advertido por Kardec em seu tempo, passa a investir na "fascinação obsessiva" de seus seguidores.
Entra em contato com os seguidores, como um astro pop diante dos fãs, e produz neles "experiências lindas" e um aparato de amor e bondade bastante fantasiosos.
Em todo caso, com ou sem esse contato, Chico Xavier fazia do Ad Passiones um meio de se projetar e obter a popularidade que queria.
A "fascinação obsessiva" de seus seguidores, ignorantes do perigo que é esse deslumbramento traiçoeiro, essa "mancenilheira" emocional que sentem, torna-se um meio fácil de dominar as pessoas.
Especialistas consideram esse processo uma falácia, e não uma "lição de sabedoria".
Até porque não se espera do deturpador da Doutrina Espírita qualquer demonstração de sabedoria.
As pessoas foram iludidas por Chico Xavier e não foram poucas.
Cabe quem tiver a mínima noção de questionar a deturpação espírita de não sentir complacência alguma com Chico Xavier.
Desapegar ao seu "bondoso mito", perigosamente sedutor como o canto de uma sereia, é um caminho para se mostrar que a fidelidade rigorosa ao legado de Allan Kardec não é conversa para boi dormir.
Ou as pessoas preferem ficar com o legado de Allan Kardec ou então ficam com Chico Xavier.
Não dá para ficar com os dois.
Quem acredita que pode ficar está tomado de "fascinação obsessiva" e tornou-se vítima de uma das piores técnicas de falácia existentes na humanidade.
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