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Por que o "espiritismo" causa tanto azar?

(Por Demétrio Correia)

O "espiritismo" dá muito azar.

Essa constatação choca as pessoas e, como sempre, leva muitos às lágrimas.

Essas pessoas acusam tal constatação de "injusta" e "exagerada".

Mas ela ocorre, sim.

Há muitos relatos de pessoas que foram fazer tratamentos espirituais, assistir a doutrinárias ou ler livros "espíritas" e se deram mal na vida.

Rapazes vendo desaparecer no caminho moças com afinidade para uma relação amorosa recíproca.

Homens ganhando na loteria e perdendo tudo para um estelionatário.

Idosas indo para doutrinárias, com devoção e louvor, e vendo suas jovens filhas morrerem de repente, num acidente vindo do nada.

Jovens indo para reuniões juvenis e depois serem visados por assaltantes enfurecidos.

Pessoas recorrendo a tratamentos espirituais para depois serem vítimas de sérios casos de cyberbullying, que criam complicações até para denunciar os agressores.

Homens sendo perseguidos por pivetes depois de lerem livros atribuídos a Emmanuel ou André Luiz trazidos por Francisco Cândido Xavier.

Os "espíritas" vão desmentir, de todas as formas, esse "mau agouro".

Acham que é "falta de oração", "pouca fé", "invigilância" ou "reajustes morais" das vítimas desses infortúnios.

Nada disso.

As vítimas fazem sua parte, recorrendo ao auxílio "espírita" com muita fé e esperança.

Seguem as orientações dos tratamentos, leem com gosto os textos dos livros, acreditando, na boa-fé, que tudo isso é bom e benéfico para eles.

Se há um prejuízo, a culpa não pode ser sempre das vítimas.

Até porque culpar a vítima acaba manchando a moral do "espírita".

Ou ele admite o "mau agouro" ou paga pelo juízo de valor severo. Terá que pagar sempre por pelo menos um desses motivos.

O "espiritismo", deturpado, distante dos postulados originais de Kardec e preso num igrejismo viciado, é que desenvolve energias negativas.

A doutrina brasileira, de raiz fundamentada no deturpador Jean-Baptiste Roustaing, ficou marcada pela desonestidade doutrinária e por isso rompeu com os postulados originais kardecianos.

Não adianta tardiamente dizer que "aceitou Kardec" e mentir que "segue com fidelidade absoluta e inabalável rigor" os postulados trazidos pelo professor lionês.

A própria trajetória de Chico Xavier foi marcada de muita confusão, por culpa dele mesmo, em muitos episódios.

Só poderia atrair espíritos zombeteiros, brincalhões, autoritários.

Emmanuel e Joana de Angelis (ou melhor, Máscara de Ferro) eram espíritos autoritários que marcaram a "bondosa obra" de Chico Xavier e Divaldo Franco.

Kardec definia os espíritos autoritários como inferiores, traiçoeiros e mistificadores.

A inclinação do "movimento espírita" ao moralismo e à mistificação religiosa do Catolicismo jesuíta do Brasil colonial, de moldes medievais, revela a baixeza com que se reduziu a suposta doutrina espírita feita em nosso país.

Isso trouxe energias confusas, traiçoeiras, mesquinhas.

E transmite até para aqueles que expressam devoção a essa doutrina igrejeira.

Uma vez um pai de família pagava um carnê de uma "casa espírita".

As ditas "boas energias" o levaram a trocar um papo, certa vez, com uma quadrilha de estelionatários de aparência simples e simpática, foi dopado por eles e foi induzido a sacar dinheiro para os bandidos.

A má energia é culpa do próprio "espiritismo" porque a doutrina é a única que se alimenta de suas próprias contradições.

A falta de sinceridade e honestidade, o excesso de pretensiosismo e os mil fingimentos, além do fato de que a única coisa relacionada com franqueza é o sobrenome de um festejado "médium", faz do "espiritismo" um repositório de energias maléficas.

É só lembrarmos dos alertas do espírito Erasto em O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec (ver tradução de José Herculano Pires).

O que o Erasto define como mistificação e deturpação da Doutrina Espírita é justamente o que consiste ser o conjunto da obra do "movimento espírita" brasileiro.

E os "espíritas" brasileiros são tão hipócritas que juram, no discurso, que são "rigorosamente fiéis" a Allan Kardec.

Se até Chico Xavier e Divaldo Franco são deturpadores da pior espécie, o que esperar do "espiritismo" brasileiro senão energias confusas, maléficas e traiçoeiras?

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