(Por Demétrio Correia)
O que tem em comum gente como Divaldo Franco, Luciano Huck, Michel Temer, o goleiro Bruno e Jaime Lerner?
E eles com o "rei da cerveja" Jorge Paulo Lemann, o banqueiro Joseph Safra, a cantora Ivete Sangalo?
E todos com o presidente Michel Temer, o jurista Gilmar Mendes e os donos da Rede Globo, os irmãos Marinho?
E todo mundo com o valentão das redes sociais que pratica cyberbullying?
Todos eles são envoltos numa ilusão de superioridade social.
Os atributos variam, mas o status de pretensa superioridade acoberta defeitos diversos e os faz expressão de uma mediocridade glamourizada.
Do prestígio religioso ao porte de armas, do poder político à fama, do diploma ao status empresarial, vivemos um "olimpo" de pessoas que não são "aquela preciosidade toda".
Cantores que fazem sucesso com canções medíocres, políticos que adotam medidas mesquinhas, juízes e ministros do Judiciário que manipulam as leis ao seu bel prazer.
Acadêmicos que estabelecem projetos intelectuais anti-populares, ricos que exploram a população e a deixam na pobreza enquanto eles ficam cada vez mais ricos.
Famosos que também se enriquecem com a visibilidade plena.
Pessoas ricas ou famosas que praticam crime levantando uma bandeira moralista, seja a "honra masculina" ou a "defesa da terra".
Tem até o ídolo religioso, com seu balé de palavras bonitas, mas que lança crenças surreais e práticas irregulares diversas, e mesmo assim quer alcançar o céu a todo custo.
Sim, fala-se de Divaldo Franco, remanescente dos dois maiores deturpadores que reduziram a estrume o legado tão trabalhosamente desenvolvido por Allan Kardec.
O outro, há 15 anos falecido, foi Francisco Cândido Xavier, informalmente conhecido como Chico Xavier.
Como os demais topos das pirâmides sociais, os "espíritas" se reduziram a uma mediocridade, no caso uma doutrina reduzida a um receituário moralista ou a uma instituição com ações de filantropia meramente paliativas e pouco eficientes.
O zeitgeist brasileiro está terrivelmente desastrado, permitindo que a sociedade do "alto da pirâmide" cometa erros graves e causem diversos prejuízos.
Só o presidente Michel Temer, associado a um contexto político, empresarial, técnico, acadêmico e tecnocrático associados a supostos conceitos de moderação, objetividade, austeridade e pragmatismo, diz muito com seus atos.
Ele já está fechando até agências bancárias e dos Correios, complicando a vida de muitas pessoas, forçadas a pagar passagens de ônibus para se dirigirem a determinadas agências.
Estamos ouvindo músicas ruins, que valem mais pelo amplo número de dançarinos que há nos palcos.
Estamos vendo notícias de gente "gabaritada" envolvida em escândalos e até crimes graves, e muita gente ainda dorme tranquila achando que isso é problema menor.
Mas se no "espiritismo" aceitamos mensagens fake como se fossem realmente dos mortos que nos deixaram saudades, então tudo é possível.
Assim, criamos um país surreal, que permite prejuízos diversos à população e liberou todo tipo de preconceito social.
Os "espíritas" já perderam a serventia, mais preocupados em dizer para as pessoas aceitarem o sofrimento e abandonarem seus planejamentos de vida.
Ou para atenuar a gravidade da deturpação do legado de Kardec com aparente filantropia.
Acham que é fácil criar novos planos de vida do nada e ficar feliz depois de acumular tantas desgraças na vida.
Desta forma, o topo da pirâmide está em chamas no Brasil.
O teto da sociedade brasileira está sofrendo um incêndio de proporções devastadoras, que quase não é sentido pelas pessoas que estão no meio da pirâmide social.
Mas os de baixo da pirâmide estão percebendo, pela intuição, a devastação que esse incêndio representa.
Por enquanto o "jeitinho brasileiro", e um certo patrulhamento nas redes sociais e na blogosfera, consegue salvar vários plutocratas do desgaste e da decadência.
Mas as coisas foram longe demais nesse país confuso, injusto e abusivo.
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