(Por Demétrio Correia)
Que o "espiritismo" brasileiro tem suas irregularidades, é sabido.
Mas poucos admitem que essas irregularidades são coisas graves e não naturais imperfeições.
As paixões religiosas fazem com que não só "espíritas" mas como aqueles que apenas são simpatizantes à doutrina igrejista aceitem seus erros e falhas.
Acham que o discurso "pela caridade" vale tudo, até se contradizer o tempo todo.
Diante da tentação que as paixões religiosas, com suas imagens de coraçõezinhos vermelhos, paisagens floridas e crianças sorridentes trazem, até os críticos da deturpação espírita param no caminho, para não ameaçar a reputação dos deturpadores.
E aí fica-se um crime que é denunciado enquanto o criminoso, identificado, é inocentado.
Os "médiuns" brasileiros, dotados do culto à personalidade, são poupados de tal forma que há o risco das bases doutrinárias kardecianas serem "recuperadas" com os deturpadores todos dentro.
Isso porque as pessoas criticam a deturpação e não criticam o deturpador, porque ele é "bondoso".
Aí de tanto poupar os deturpadores elas dão seu voto de confiança. Vão conhecer as ideias dos deturpadores, acham elas "lindas" e aí voltam atrás na crítica à deturpação.
E aí caem em armadilhas como o juízo de valor.
Se valendo da carteirada religiosa, os "médiuns" tomados de culto à personalidade e há muito promovidos a pretensos sábios, fazem seu juízo de valor severo contra justamente os humildes.
O mais recente caso foi de Divaldo Franco, tido como "unanimidade" entre os religiosos em geral.
Em uma entrevista, durante um congresso "espírita" na Espanha, no final do ano passado, ele acusou os refugiados do Oriente Médio de terem sido "antigos colonizadores europeus".
Mesmo em palavras dóceis, Divaldo acusou os refugiados de "pagarem por antigas atrocidades", sofrendo tragédias no caminho da Europa.
Ele também acusou os refugiados de querer de volta a "fortuna no conforto europeu".
Divaldo fez seu julgamento de valor recorrendo a uma encarnação distante.
Isso contraria os ensinamentos de Allan Kardec, sobretudo pela natureza da evolução humana e a recomendação do esquecimento de antigas encarnações, para evitar arrogâncias, vexames e traumas.
Divaldo já contrariou Kardec no estabelecimento prévio de datas determinadas para progressos humanos.
E contrariou o pedagogo francês também na atribuição de "crianças-índigo" que, do contrário que alerdeiam certos "espíritas", é uma tese refutada pela obra kardeciana.
Afinal, é sabido que Kardec não vê lógica nas teses de evoluções rápidas da humanidade, em datas previamente estabelecidas ou através de pessoas consideradas "excepcionais".
O que se sabe é que Kardec apenas admite que existam pessoas com melhor condição moral e intelectual do que outras, o que nem de longe significa admitir a hipótese de "índigos", "cristais" ou "estrelas".
A ideia de "crianças-índigo" é tão discriminatória quanto acusar os refugiados do Oriente Médio de terem sido "colonizadores sanguinários".
De um lado, acusa-se pessoas sofredoras em busca de um ambiente de paz de "querer recuperar a fortuna no conforto europeu".
Isso é discriminação. Divaldo não sabe quantas famílias procuram paz e quanta felicidade é um refugiado apenas obter um emprego modesto que dê apenas alguma qualidade de vida para ele e sua família.
De outro lado, "separa-se" pessoas de personalidade incomum, sejam eles meninos-prodígios ou garotos-problemas, cientistas mirins ou torcedores fanáticos de futebol.
O prestígio religioso de Divaldo Franco não lhe pode garantir tais abusos de julgamento, como também não o pôde com Francisco Cândido Xavier.
Nem Divaldo nem Chico Xavier têm direito de ter, em suas mãos, a posse da verdade.
Como deturpadores, eles nem de longe são os "sábios" que seus seguidores tanto afirmam deles.
Assumindo uma postura de pretensa sabedoria, a coisa piora, porque um privilégio não garante só vantagens, mas impõe responsabilidades.
O que Divaldo disse é de uma grave responsabilidade. Declarações semelhantes já renderam processos na Justiça por danos morais.
O que pouca gente admite é que o prestígio religioso é um gozo terreno como tantos outros entre os homens da Terra.
A presunção de um dia "poder alcançar o Céu" não deixa de ser uma mórbida ambição.
Por mais que se adote uma pose de pretensa humildade e suposta espiritualização, pode-se abdicar dos tesouros da Terra sonhando com coisas similares no Céu.
Esse é o problema dos "espíritas", que acham a vida presente um lixo e sonham com uma vida espiritual feita à imagem e à semelhança de seus caprichos materiais.
Isso só pode dar em desilusão. Os "espíritas" são os que mais sofrem quando voltam ao mundo espiritual, diante do choque que percebem quando o além-túmulo não corresponde às suas fantasias religiosas.
Que o "espiritismo" brasileiro tem suas irregularidades, é sabido.
Mas poucos admitem que essas irregularidades são coisas graves e não naturais imperfeições.
As paixões religiosas fazem com que não só "espíritas" mas como aqueles que apenas são simpatizantes à doutrina igrejista aceitem seus erros e falhas.
Acham que o discurso "pela caridade" vale tudo, até se contradizer o tempo todo.
Diante da tentação que as paixões religiosas, com suas imagens de coraçõezinhos vermelhos, paisagens floridas e crianças sorridentes trazem, até os críticos da deturpação espírita param no caminho, para não ameaçar a reputação dos deturpadores.
E aí fica-se um crime que é denunciado enquanto o criminoso, identificado, é inocentado.
Os "médiuns" brasileiros, dotados do culto à personalidade, são poupados de tal forma que há o risco das bases doutrinárias kardecianas serem "recuperadas" com os deturpadores todos dentro.
Isso porque as pessoas criticam a deturpação e não criticam o deturpador, porque ele é "bondoso".
Aí de tanto poupar os deturpadores elas dão seu voto de confiança. Vão conhecer as ideias dos deturpadores, acham elas "lindas" e aí voltam atrás na crítica à deturpação.
E aí caem em armadilhas como o juízo de valor.
Se valendo da carteirada religiosa, os "médiuns" tomados de culto à personalidade e há muito promovidos a pretensos sábios, fazem seu juízo de valor severo contra justamente os humildes.
O mais recente caso foi de Divaldo Franco, tido como "unanimidade" entre os religiosos em geral.
Em uma entrevista, durante um congresso "espírita" na Espanha, no final do ano passado, ele acusou os refugiados do Oriente Médio de terem sido "antigos colonizadores europeus".
Mesmo em palavras dóceis, Divaldo acusou os refugiados de "pagarem por antigas atrocidades", sofrendo tragédias no caminho da Europa.
Ele também acusou os refugiados de querer de volta a "fortuna no conforto europeu".
Divaldo fez seu julgamento de valor recorrendo a uma encarnação distante.
Isso contraria os ensinamentos de Allan Kardec, sobretudo pela natureza da evolução humana e a recomendação do esquecimento de antigas encarnações, para evitar arrogâncias, vexames e traumas.
Divaldo já contrariou Kardec no estabelecimento prévio de datas determinadas para progressos humanos.
E contrariou o pedagogo francês também na atribuição de "crianças-índigo" que, do contrário que alerdeiam certos "espíritas", é uma tese refutada pela obra kardeciana.
Afinal, é sabido que Kardec não vê lógica nas teses de evoluções rápidas da humanidade, em datas previamente estabelecidas ou através de pessoas consideradas "excepcionais".
O que se sabe é que Kardec apenas admite que existam pessoas com melhor condição moral e intelectual do que outras, o que nem de longe significa admitir a hipótese de "índigos", "cristais" ou "estrelas".
A ideia de "crianças-índigo" é tão discriminatória quanto acusar os refugiados do Oriente Médio de terem sido "colonizadores sanguinários".
De um lado, acusa-se pessoas sofredoras em busca de um ambiente de paz de "querer recuperar a fortuna no conforto europeu".
Isso é discriminação. Divaldo não sabe quantas famílias procuram paz e quanta felicidade é um refugiado apenas obter um emprego modesto que dê apenas alguma qualidade de vida para ele e sua família.
De outro lado, "separa-se" pessoas de personalidade incomum, sejam eles meninos-prodígios ou garotos-problemas, cientistas mirins ou torcedores fanáticos de futebol.
O prestígio religioso de Divaldo Franco não lhe pode garantir tais abusos de julgamento, como também não o pôde com Francisco Cândido Xavier.
Nem Divaldo nem Chico Xavier têm direito de ter, em suas mãos, a posse da verdade.
Como deturpadores, eles nem de longe são os "sábios" que seus seguidores tanto afirmam deles.
Assumindo uma postura de pretensa sabedoria, a coisa piora, porque um privilégio não garante só vantagens, mas impõe responsabilidades.
O que Divaldo disse é de uma grave responsabilidade. Declarações semelhantes já renderam processos na Justiça por danos morais.
O que pouca gente admite é que o prestígio religioso é um gozo terreno como tantos outros entre os homens da Terra.
A presunção de um dia "poder alcançar o Céu" não deixa de ser uma mórbida ambição.
Por mais que se adote uma pose de pretensa humildade e suposta espiritualização, pode-se abdicar dos tesouros da Terra sonhando com coisas similares no Céu.
Esse é o problema dos "espíritas", que acham a vida presente um lixo e sonham com uma vida espiritual feita à imagem e à semelhança de seus caprichos materiais.
Isso só pode dar em desilusão. Os "espíritas" são os que mais sofrem quando voltam ao mundo espiritual, diante do choque que percebem quando o além-túmulo não corresponde às suas fantasias religiosas.
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