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Pior o deturpador do Espiritismo que se esconde por trás de gente pobre

(Por Demétrio Correia)

As pessoas não percebem a gravidade da deturpação da Doutrina Espírita.

Admitem criticar a deturpação, mas fazem de tudo para defender os deturpadores.

A desculpa é sempre esta: eles são "bondosos" e "praticam caridade".

Para reforçar a falácia, fazem até a interpretação leviana e tendenciosa de uma frase de Allan Kardec: "fora da caridade não há salvação".

As pessoas usam mil argumentos e movimentam um verdadeiro exército de palavras para salvar seus ídolos religiosos.

Só que elas estão bastante enganadas.

Se os deturpadores da Doutrina Espírita corrompem tudo, da compreensão do legado kardeciano até à mediunidade, a "caridade" que lhes serve de escudo não é um atenuante, mas um agravante.

Deturpação é um ato de desonestidade, no qual o compromisso de assumir ideias avançadas é traído pelo ato interesseiro de inserir ideias antiquadas e crenças de valor muito duvidoso.

Se esse ato é desonesto, a desculpa da "bondade" se faz para proteger essa desonestidade.

A desonestidade não se torna mais honesta quando é feita "pelo pão dos pobres".

Devemos aprender com a corrupção política ou mesmo com as atividades mafiosas.

Quantas "filantropias" são feitas como lavagem de dinheiro, como promoção de vaidades pessoais, como dissimulação do crime, como meio para atrair eleitores e adeptos?

Quanto dinheiro sujo é escondido no pão dos pobres e no abrigo dos mendigos?

As pessoas são ingênuas diante dos deturpadores do Espiritismo, que com suas centenas de livros corrompem o legado de Allan Kardec transmitindo mistificação e misticismo igrejista.

Fazem isso, despejando ainda o velho moralismo ultraconservador e as pessoas aceitam.

E aí os deturpadores do Espiritismo se escondem num projeto aparentemente filantrópico, que a gente vê que pouco ajuda e nada faz de transformador na sociedade.

Mas, ainda assim, se festeja demais pelo pouco que os "benfeitores" fazem.

A "caridade" de Chico Xavier foi um punhado de projetos paliativos, nos quais se fazia muita ostentação, sobretudo em caravanas.

Divaldo Franco virou "maior filantropo do Brasil" ajudando menos de 0,1% da população de Salvador.

Está na cara que é uma "caridade" que mais serve para expor o "benfeitor" do que para realizar qualquer tipo de benefício mais profundo e definitivo.

É muita festa e muito burburinho para meras doações que se esgotam em três semanas.

É muita celebração para projetos educacionais que criam mais beatos religiosos do que verdadeiros cidadãos.

É tanta festa em torno do "benfeitor" que as pessoas, entusiasmadas com o prestígio do ídolo religioso, se esquecem dos beneficiados.

Veem apressadamente uns dois ou três pobres e fica nisso mesmo.

Isso é muito, muito pior. E podemos dizer: muitíssimo grave.

E é esse arremedo de filantropia que legitima a deturpação que atinge como uma espada o legado que Kardec desenvolvem com muito trabalho.

Veiculam-se, no "espiritismo" brasileiro, crenças próprias do Catolicismo medieval, valores sociais ultraconservadores e moralistas, num engodo em que se misturam também esoterismo e ufologia.

Cria-se um engodo em que se inserem até citações pedantes sobre Ciência e Filosofia.

E as pessoas aceitam o moralismo trazido por Chico Xavier porque lembra os conselhos dos avós.

Cria-se desculpa para tudo, na tentativa de salvar os ídolos religiosos do "movimento espírita".

Só que isso é extremamente ruim, e usar a "bondade" para justificar a deturpação é ainda muito mais grave.

É como se premiasse a desonestidade com a adoração e a confiança absolutas.

As pessoas vivem num mundo de sonho e fantasia, e não raro caem da cama com tamanha ilusão.

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