(Por Demétrio Correia)
Um mito do "movimento espírita" é que a "mentora" de Divaldo Franco, Joana de Angelis, teria sido a soror Joana Angélica, conhecida nos nossos livros de História do Brasil.
No entanto, esse caso não se assemelha em relação a Emmanuel, mentor de Francisco Cândido Xavier, o beato de Pedro Leopoldo Chico Xavier.
Emmanuel foi o padre Manuel da Nóbrega que viveu no Brasil colonial.
Mas Joana de Angelis não foi Joana Angélica.
Por que será?
Simples.
É só observar a questão das personalidades. O que se encaixa em Emmanuel não se encaixa em Joana de Angelis.
O Padre Nóbrega era autoritário, reacionário, preconceituoso, tirânico e dissimulador.
Isso condiz em Emmanuel.
Até o método dele é igual ao dos jesuítas: assim como se esforçou em converter os indígenas ao Catolicismo, fez o mesmo com a Doutrina Espírita.
Portanto, isso condiz com tal atribuição.
Não é o mesmo com Joana Angélica, que era enérgica, mas não tirânica. Era sensível, humana.
Insubmissa, ela enfrentou os soldados que a mataram, para que o Convento da Lapa ficasse salvo.
Muito diferente da Joana de Angelis, que prega a submissão, é autoritária, insensível e intolerante.
Não aguenta ver pessoas ficando tristes com mais de quinze minutos.
Havendo velório, então, dá para imaginar se Divaldo Franco tivesse que encerrar o evento depois de quinze minutos.
Não haveria sequer missa em memória do falecido.
O enterro ou a cremação teriam sido feitos às pressas, perto de se concluírem os 900 segundos do prazo estipulado.
Uma coisa é ser batalhadora, enérgica, mas sensível e corajosa.
Outra coisa é ser autoritária, intolerante, insensível e moralista.
Consta-se que, muito provavelmente, Joana de Angelis seria o próprio obsessor de Divaldo Franco, o Máscara de Ferro.
Depois de atormentar Divaldo, o Máscara de Ferro, comovido com uma generosidade que o anti-médium baiano havia feito a alguém, teria feito um acordo.
Divaldo divulgaria mensagens dele, sob o codinome inspirado em algum personagem histórico.
Daí a corruptela de Joana Angélica para Joana de Angelis.
Mas não foi a própria Joana Angélica que "baixou" em Divaldo para divulgar mensagens.
Embora católica, é pouco provável que Joana Angélica estaria no estágio intelectual correspondente ao espírito "mentor" de Divaldo.
A Joana de Angelis estava no mesmo estágio intelectual de Emmanuel, transmitindo velhas ideias igrejeiras.
Ideias que não pareciam ter feito parte do pensamento da sóror do Convento da Lapa, naqueles idos do século XIX. Ela foi morta em 1822, aos 61 anos.
Portanto, faz mais sentido que o mistificador Máscara de Ferro tenha se "convertido" a uma identidade feminina.
Espíritos deturpadores costumam agir assim, mesmo.
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