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"Espiritismo": perto de Constantino, longe de Kardec

(Por Demétrio Correia)

A cada vez mais, o "espiritismo" se afasta de Allan Kardec, apesar de tantas evocações do seu digno, porém incompreendido, nome.

Afinal, não basta bajular, "elogiar" a surpreendente atualidade das lições do professor francês.

Não adianta fazer um balé de palavras bonitas, falar em "amor" e "fraternidade", ilustrar textos com crianças pobres sorrindo.

Tudo isso é inútil.

Sabe-se que o "espiritismo" virou uma religião hipócrita e retrógrada.

Somos nós que constatamos isso?

Não.

O "espiritismo" brasileiro é que, com suas escolhas, sucumbiu a essa hipocrisia.

A cada vez mais ele se aproxima dos primórdios do Catolicismo medieval e se afasta dos postulados de Allan Kardec.

Não adianta os palestrantes "espíritas" recorrerem à choradeira e dizerem que tal constatação lhes é injusta.

No "espiritismo" brasileiro é assim.

Se erra, se faz tudo errado e até se comete desonestidade e fraude.

Mas ninguém quer assumir as responsabilidades, mesmo quando admitem que erraram.

Não querem sofrer os efeitos de seus erros.

Os "espíritas" vivem a ilusão de que eles estão com o caminho mais curto para o Céu.

Tentam pôr suas contradições debaixo do tapete.

Daí que se esquecem que, de tanto tentarem se adequar às tradições religiosas brasileiras, disparou, na sua marcha-a-ré doutrinária, do Catolicismo jesuíta brasileiro para o Catolicismo medieval.

Se afastaram de Allan Kardec, por mais que tentem dar a impressão contrária.

E se aproximaram de Constantino, das crenças extravagantes de um Cristianismo distorcido, com ares ainda mais aristocráticos.

Defendem a Teologia do Sofrimento, a corrente que glamouriza as desgraças humanas.

Já se aproximam das pompas igrejistas, com suas palestras em hotéis caríssimos, suas turnês espalhando a coreografia de belas palavras que nada dizem de relevante.

Pedem para aceitarmos o sofrimento, porque eles é que não sofrem.

Eles estão lá, recebendo medalhas, vendendo livros, falando para a imprensa, fazendo palestras, ganhando dinheiro.

E acham que estão mudando o mundo alojando uma meia-dúzia de miseráveis muito mal atendidos em suas necessidades.

E acham que estão fazendo muita coisa fazendo donativos que se esgotam em três semanas nas despensas dos mais necessitados.

Ah, quanta hipocrisia, quanta falsidade está por trás do balé das palavras.

Quanta hipocrisia agem os "espíritas" brasileiros, quando falam de sua suposta fidelidade a Kardec.

Os "espíritas" se aproximam mais dos velhos sacerdotes, vaidosos por sua religiosidade, presunçosos pela pretensa humildade.

O quanto Allan Kardec ou mesmo Jesus de Nazaré ficariam chocados com a permanente hipocrisia dos "espíritas" brasileiros, que de tanto deturpar simplesmente empastelaram com os ensinamentos desses dois mestres.

Isso é muito triste. É lamentável.

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